Com imposto zerado pelo governo, arroz importado representa apenas 10% do consumido pelos brasileiros
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Com imposto zerado pelo governo, arroz importado representa apenas 10% do consumido pelos brasileiros

fim das tarifas de importação sobre o arroz  definido nesta quarta-feira (9) e que vale até o final deste ano deve ter impacto limitado sobre o preço do produto. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a importação de arroz esperada é de 1,1 milhão de toneladas, ou quase 10% dos 10,8 milhões de toneladas que serão consumidos pelo país da safra 2019/2020.

No total, o país terá 12,8 milhões de toneladas de arroz disponíveis, representando a soma da safra no período, de 11,2 milhões de toneladas, mais o estoque do ano anterior, 550 mil toneladas e a quantidade importada, 1,1 milhão.

O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS), defende que retirar a tarifa de até 12% para importar arroz pode ajudar a evitar um possível desabastecimento , mas ressalta que é preciso analisar a situação do mercado internacional.

"A questão é saber o seguinte: o consumo de arroz não ampliou só no Brasil. Na pandemia, todo mundo ampliou o consumo, os países que tem arroz para vender são Estados Unidos e Tailândia. Tem que saber se o preço que eles têm hoje no mercado permite que o arroz chegue aqui em condições de ser consumido, além de qualidade, preço", disse.

De acordo com o deputado, a alta do preço do arroz tem influência também de uma baixa produção nos últimos anos, por conta de um preço de custo maior do que o de venda e o aumento rápido do consumo de arroz durante a pandemia. Segundo Moreira, a diminuição do preço depende muito do dólar e do mercado.

"A questão de preço é questão de mercado e para interferir na questão do preço precisa de intervenção, o que não é aconselhado neste momento. O governo tem que trabalhar muito para estabilizar o preço da cesta básica , isso é que precisa ser feito, estamos tratando com todo cuidado", pontuou.

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Além da importação pequena, o país exporta relativamente pouco. No ano, até agosto foram 1,15 milhão de toneladas, o que representa 10% da safra de 2019/2020.

De acordo com dados do Ministério da Economia, também até agosto, o país importou apenas 418 mil toneladas de arroz, uma redução de 17% na comparação com o mesmo período do ano passado, que registrou 504 mil toneladas importadas.

Alexandre Velho, presidente da Federarroz, relatou que recebeu um telefonema da ministra da Agricultura, Tereza Cristina , na noite de terça-feira, informando da decisão do governo sobre a queda das tarifas de importação. Velho afirmou que só pediu para que a retirada valesse apenas até dezembro para não afetar a próxima safra.

"O mercado ficou um pouco sem referência, penso que isso vai trazer uma estabilidade. Não é trazer uma baixa no mercado, mas trazer uma estabilidade, um valor de referência e consequentemente preços mais estáveis".

No entanto, Velho ressalta que a tarifa não deve abaixar preços, mas estabilizá-los, mesmo com a entrada da nova safra no início de 2021. Isso aconteceria, segundo Vellho, por conta da conjuntura que une um preço do dólar mais alto, que incentiva a exportação, somado a um aumento do consumo no país, entre outros fatores.

"Sempre quando chega a safra, os preços dão uma baixada, é normal. Entra uma oferta bem maior, o mercado se reacomoda, mas eu penso que o patamar de preço tanto ao produtor como ao consumidor ficará muito próximo ao que está hoje em função de uma nova conjuntura mundial por alimentos", explicou.

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