Preocupado com uma retomada econômica sustentável, o Banco Central ( BC ) vai lançar na próxima terça-feira uma agenda de sustentabilidade ambiental que deve guiar as ações do Sistema Financeiro Nacional . O tema será adicionado na agenda BC#, um conjunto de diretrizes e ações de modernização do sistema financeiro construído pela autoridade monetária.
A promoção da sustentabilidade é parte de uma crescente preocupação do Banco Central
com o meio ambiente, que se intensificou depois que investidores internacionais pressionaram pela redução do desmatamento na Amazônia, no fim de junho.
Naquele período, o presidente do Banco Central , Roberto Campos Neto , intermediou uma reunião entre esses investidores e o governo, liderada pelo vice-presidente Hamilton Mourão, para esclarecer a posição do Brasil nessa questão. Os empresários ficaram satisfeitos com as respostas, mas deixaram claro que precisam esperar resultados concretos para fazer novos investimentos.
Mais recentemente, o próprio Campos Neto
tem repetido que a retomada econômica no pós-crise precisa ser sustentável e inclusiva. Em algumas ocasiões, o presidente do BC relatou que uma agenda de governança para a sustentabilidade é importante e que há “pressão” sobre o tema em vários países, inclusive o Brasil.
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Esse movimento também é acompanhado pela iniciativa privada. No fim de julho, os presidentes dos três maiores bancos do país, Bradesco , Itaú Unibanco e Santander , apresentaram ao governo um plano com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Nesta sexta-feira, os três presidentes reafirmaram, em live do GLOBO, o compromisso com a preservação da Amazônia
e defenderam o desenvolvimento correto do agronegócio no país.
A própria apresentação da agenda sustentável terá a presença do mercado, como o presidente da Federação Brasileira de Bancos ( Febraban ), Isaac Sidney , o CEO da gestora de recursos Blackrock , Larry Fink e a diretora bancária para Europa , Oriente Médio e África da Moody’s , Carola Shuler .
O evento ainda terá a assinatura de um Memorando de Entendimento com a Climate Bonds Initiative ( CBI ), entidade internacional que promove o funcionamento de um mercado de “títulos verdes”, títulos de dívida com o objetivo de financiar projetos sustentáveis, que será representada por sua vice-presidente da CBI , Justine Leigh-Bell. Márcio Lopes, presidente da Organização Brasileira de Cooperativas ( OCB ) e Mark Carney, enviado especial da ONU para ação climática e finanças.