O governo recuou e propôs, nesta segunda-feira, que o Orçamento da Educação seja maior que os gastos previstos para o Ministério da Defesa no próximo ano. Os dados fazem parte da Proposta Orçamentária Anual de 2021, encaminhada pelo governo ao Congresso.
Segundo o Ministério da Economia, o Orçamento da Educação será de R$ 144,5 bilhões. Já o gasto da Defesa poderá somar R$ 116,1 bilhões.
Na comparação com o projeto orçamentário apresentado para 2020, houve uma alta de R$ 2,4 bilhões (1,7%) na previsão de gastos para Educação e de R$ 2,1 bilhões (1,87%) no Orçamento da Defesa .
O governo não explicou se incluiu a complementação da União para o Fundeb nessa conta. Ela está prevista para R$ 19,6 bilhões em 2021. Mesmo se essa despesa for retirada da conta da Educação, a pasta ainda terá um Orçamento maior que os militares.
Nas discussões internas do governo sobre o Orçamento do próximo ano, documentos elaborados pelo Ministério da Economia previam gastos maiores para as Forças Armadas.
Se forem levadas em consideração apenas as despesas não obrigatórias, sobre as quais o governo tem controle, o Orçamento do Ministério da Defesa terá alta de R$ 1,6 bilhões em 2021 (para R$ 11,7 bilhões). Na Educação, houve um corte de R$ 1,8 bilhão (para R$ 19,9 bilhões).
Um ano após após a pandemia do novo coronavírus, o orçamento da Saúde será de R$ 136,7 bilhões. Isso representa uma alta de R$ 1,87% (ou R$ 2,5 bilhões), na comparação com o projeto deste ano.
Essas comparações são feitas levando em conta os projetos apresentados pelo governo ao Congresso , e não considera as mudanças que os parlamentares fazem nos textos. Os deputados e senadores geralmente alteram e ampliam algumas despesas, como investimentos.
Por conta da pandemia, o gasto com a Saúde previsto para este ano já chega a R$ 174,8 bilhões. Isso inclui créditos extraordinários, fora do teto de gastos.
Nos demais ministérios, a Cidadania ganhou mais 9% para gastar em 2021, puxado por uma alta no Bolsa Família .
O Ministério da Infraestrutura perdeu 8,54% dos gastos totais. O Ministério do Desenvolvimento Regional retraiu 3,63%.