O desemprego atingiu mais fortemente a população de cor preta no Brasil no segundo trimestre, quando a quarentena para combater a pandemia foi mais restritiva. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE, a taxa de desocupação dos pretos foi 71,2% maior que a dos brancos.
A diferença, de acordo com a gerente da pesquisa do instituto, Adriana Beringuy, é a maior da série histórica do levantamento que começou em 2012.
— A população de cor preta foi a que sofreu o maior impacto — afirmou Adriana.
Entre os pretos, a taxa de desemprego
subiu de 15,2% para 17,8%. Entre os brancos, a subida na desocupação foi mais suave: de 9,8% para 10,4%. Entre os pardos, o índice subiu de 15,4%.
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Segundo a técnica do IBGE, quando se faz o recorte por idade, os jovens foram os mais afetados. Entre 18 e 24 anos, a taxa de desemprego
subiu de 27,1% para 29,7%, mais que dobro do índice médio de 13,3%.
Por nível de instrução, os menos escolarizados foram os que mais sofreram:
— O avanço do desemprego foi maior entre os homens, jovens, pretos e sem instrução — afirma Adriana.