Gustavo Montezano, presidente do BNDES, diz que estatal está atuando como Tinder do saneamento
Valter Campanato/ABr
Gustavo Montezano, presidente do BNDES, diz que estatal está atuando como Tinder do saneamento

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vem atuando como um "Tinder para operadores e financiadores em saneamento", afirmou Gustavo Montezano, presidente do banco de fomento na tarde desta quarta-feira (26). Com a aprovação do marco regulatório do setor , ele conta que mais estados estão procurando a instituição dispostos a formatar projetos de concessão de serviços de água e esgoto. Além das recentes sinalizações de Minas Gerais, Bahia e Rondônia, já há conversas avançadas com Paraíba e Pará.

"Temos atuado como um Tinder de operadores e financiadores em saneamento . É um mercado com poucos operadores privados no país e muitos financiadores querendo entrar. Têm de construir consórcios. Estamos apoiando esse encontro entre financiadores e operadores, que é o grande segredo do sucesso de leilões", disse Montezano em live realizada pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).

O presidente do BNDES  frisou que o foco principal é executar os projetos que já estão sendo estruturados pelo banco, com destaque para o leilão dos serviços de água e esgoto da Região Metropolitana de Maceió, em Alagoas, marcado para 30 de setembro, e o da Cedae, que ele estima ser realizado ainda este ano.

"Alagoas vem apresentando ótima demanda. Tivemos mais de 15 interessados visitando as instalações da empresa. Mas, após o marco (legal do saneamento), vemos que teremos mais projetos e interessados", garantiu Montezano.

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A Cedae, continua o presidente do BNDES, é o projeto de maior destaque no programa de concessões em saneamento, mas reconhece haver desafios.

"A Cedae é a joia da coroa em nossos projetos, com potencial de investimento superior a R$ 30 bilhões. Do ponto de vista de encaminhamento técnico e apetite do investidor, a situação não poderia ser melhor. Mas tem o aspecto político, que precisa ser melhor alinhavado", destacou ele.

Ainda nessa área, Montezano disse que o banco vai realizar em breve uma chamada pública com recursos a preços atrativos para projetos em resíduos sólidos, utilizando R$ 600 milhões em recursos do fundo do clima do Ministério do Meio Ambiente.

E sublinhou que o BNDES vai trabalhar cada vez mais para ampliar as condições de financiamento a projetos de infraestrutura no país. Neste sentido, defende ele, é preciso desenvolver um ambiente de sindicalização de financiamento, que seja composto por financiadores que devem dividir o risco e atuar na avaliação dos projetos.

O banco iniciou uma segunda rodada de discussões sobre refinanciamento ao setor de aeroportos, que teve uma primeira medida anunciada ainda em março, logo no início da pandemia do novo coronavírus no país.

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