Neste ano, 3,8 milhões de domicílios brasileiros devem ser empurrados para as classes D e E
devido à piora da economia. Ao todo, cerca de 15 milhões de cidadãos passarão a estar na faixa de pessoas que têm renda domiciliar inferior a R$2,5 mil.
A estimativa é de um estudo realizado pela consultoria Tendências e divulgado pelo G1. A expansão das classes D e E neste ano se deve, sobretudo, à pandemia de Covid-19
. Antes da crise sanitária, a Tendências esperava 600 mil domicílios mudando para a base da pirâmide social.
Isso significa que a pandemia empurrou cerca de 3,2 milhões de lares para as classes D e E. De acordo com a projeção, 41 milhões de domicílios estarão nessas classes até o final do ano.
Falta de emprego
A diminuição da renda de tantas famílias é explicada não apenas pelo crescente desemprego formal, mas sobretudo informal. O estudo explica que a classe C - que deve ser a maior impactada nessa queda para a base da pirâmide social - possui renda bastante variável.
"A família de classe C é composta por uma renda fixa, uma pessoa contratada no regime CLT, e por várias rendas variáveis", diz o diretor executivo da consultoria Plano CDE, Maurício Prado, ao G1. "Com o cenário da pandemia, essas rendas variáveis caíram muito. Então, houve uma queda muito grande da renda da classe C".
A Tendências ainda estima que a massa de renda das classes D e E suba 6,8% este ano, impulsionada pelo auxílio emergencial . O benefício, porém, não é capaz de promover uma melhoria na pirâmide social do país.