Brasileiros aumentaram consumo de salada nos últimos dez anos, segundo o IBGE
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Brasileiros aumentaram consumo de salada nos últimos dez anos, segundo o IBGE

O refrigerante vem perdendo espaço na dieta dos brasileiros. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o mais amplo levantamento sobre o consumo e hábitos domésticos das famílias no país, mostra que entre 2009 e 2018, o consumo da bebida gaseificada diminuiu em todas as classes de renda. Por outro lado, o consumo de salada crua aumentou.

Os números indicam uma pequena mudança na alimentação dos brasileiros, mas ainda está distante de ser comemorado. Apesar do aumento na presença de saladas , o consumo de frutas, verduras e legumes apresentou pequena redução na última década. Redução esta que se deu entre a parcela mais pobre da população.

Além disso, o refrigerante ainda é a o quinto produto mais consumido por brasileiro diariamente, atrás apenas de café, feijão, arroz e os sucos.

Para André Martins, coordenador da POF, o consumo desses produtos mais saudáveis ainda está aquém do esperado.

"Embora a gente tenha boa parte da dieta do feijão, arroz e na carne, aves, ainda temos o consumo de frutas, legumes e verduras abaixo do esperado, e agora aparece essa situação de aumento da frequência desses tipo de preparação via sanduíche, preparações mais rápidas", destaca André Martins, coordenador da pesquisa.

A pesquisa mostra que a alimentação dos brasileiros ainda está aquém das necessidades nutricionais parametrizadas por organizações internacionais. Mais da metade da população consome sódio acima do limite aceitável, de duas gramas por dia.

Cerca de 85% dos adolescentes de ambos os sexos consumiam pouco cálcio, vitamina D e vitamina E, e entre 50% e 85% deles ingeriam pouco magnésio, fósforo, vitamina A e piridoxina.

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"Há uma inadequação alta, as pessoas completam isso via suplementos", explica André Martins.

A pesquisa mostrou que a mistura tradicional nos pratos dos brasileiros, o arroz e feijão , está perdendo espaço nas prateleiras domésticas. No lugar desse produto, os produtos preparados, como sanduíche, vem ganhando protagonismo na dieta dos brasileiros.

O crescimento na participação dessas despesas com processados e industrializados deve acender um alerta na qualidade da dieta dos brasileiros. Segundo dados do Ministério da Saúde, a cada ano, o país ganha 1 milhão de novos casos de obesidade no país. Entre 2006 e 2018, o país dobrou o número de pessoas nessa situação, atingindo cerca de 20% da população.

Há diferenças no consumo entre as classes de renda. Enquanto os 25% mais pobres mantinham maior frequência de consumo de feijão, milho pão de sal e farinha de mandioca, os 25% mais ricos consumiam mais frutas, verduras e legumes, mas também para alguns dos marcadores negativos da qualidade da dieta, como doces, pizzas, salgados fritos e assados e sanduíches.

A pesquisa

A POF é o levantamento mais detalhado sobre os padrões de consumo dos brasileiros . Ela é realizada desde os anos 1970. Nesta edição, técnicos do IBGE visitaram cerca de 58 mil dos 70 milhões de lares brasileiros, em 1,9 mil cidades. A coleta de dados durou um ano.

As famílias que participaram da pesquisa tiveram de preencher cadernetas e questionários com todos seus hábitos de consumo. Em média, elas eram compostas por três pessoas.

Com o levantamento, também será possível identificar quantas famílias brasileiras vivem em insegurança alimentar. Ou seja, têm acesso escasso a alimentos e podem estar em situação de fome.

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