A arrecadação de impostos e contribuições federais ficou em R$ 115,9 bilhões em julho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Receita Federal.
O resultado é o pior para o mês desde 2009, quando ficou em R$ 107,9 bilhões.
Na comparação com julho do ano passado, o volume de receitas
registrou queda de 33,9%, já considerando a inflação do período.
Em junho, a arrecadação federal havia ficado em R$ 86,258 bilhões — o pior resultado para o mês desde 2004.
Recuperação da economia
Os dados da arrecadação refletem o comportamento da economia na crise do coronavírus.
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Os números divulgados pelo Fisco têm sido negativos desde abril, impactados não só pela atividade econômica mais fraca, mas também pelas ações do governo para mitigar os efeitos da pandemia — como isenções fiscais e adiamentos para pagamento de tributos.
Mesmo com essas ações extraordinárias, no entanto, a tendência da arrecadação continua de queda, segundo a análise divulgada nesta quinta pelo governo.
O impacto negativo de fatores como a redução a zero da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras ( IOF ) sobre empréstimos foi de R$ 21,5 bilhões no mês passado.
Excluindo o efeito dessas medidas, as receitas administradas diretamente pelo Fisco ficariam em R$ 132,1 bilhões — uma queda de 5,72% em relação a julho do ano passado.
Nesta quarta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes , disse que as informações do segundo semestre já indicam que o Brasil deve ter uma recuperação "em V", jargão de economistas para uma retomada rápida após uma retração intensa da atividade.
Mesmo com o otimismo de Guedes, o governo ainda espera que o Produto Interno Bruto (PIB) registre queda de 4,7% neste ano, no que seria a pior recessão da série histórica do IBGE.