A pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2) continua a causar estragos nos países europeus. Espanha, França e Itália aprofundaram a crise no segundo trimestre e registraram tombos históricos de suas economias, sinalizando que a economia mundial terá um baque neste ano.
A economia francesa sofreu um colapso de 13,8% entre abril e junho devido ao confinamento imposto pela pandemia, o maior desde o início da série histórica, em 1949, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (Insee) nesta sexta-feira (31).
A queda da atividade no segundo trimestre é menor do que a prevista pela maioria dos analistas e pelo próprio Insee, que em junho previa um recuo de 17%. No entanto, foi mais forte do que a queda de 10,1% da Alemanha , informada na quinta-feira. Nos Estados Unidos, nos meses de abril a junho, o PIB desabou 32,9% .
O resultado ocorre após a queda de 5,8% entre os meses de janeiro e março. Frente ao segundo trimestre do ano passado, o tombo do PIB francês foi de 19%, acrescentou o instituto.
"A evolução negativa do PIB no primeiro semestre de 2020 está relacionada à interrupção de atividades 'não essenciais' no contexto do confinamento em vigor entre meados de março e início de maio", afirmou o instituto em comunicado.
No entanto, o Insee espera uma recuperação no terceiro trimestre do ano de +19%.
A maior queda trimestral do PIB antes da crise do novo coronavírus havia sido registrada no segundo trimestre de 1968, como conseqüência da greve geral em maio daquele ano.
Recessão em Espanha e Itália
Na Espanha , a economia registrou uma queda histórica de 18,5% no segundo trimestre deste ano em relação ao anterior, em consequência das medidas de confinamento adotadas para interromper o avanço do coronavírus.
Com o resultado, o pior desde pelo menos a Guerra Civil, a Espanha entra tecnicamente em recessão após acumular queda do PIB em dois trimestres consecutivos, De janeiro a março, a queda da atividade econômica foi de 5,2%, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatísca (INE).
Já o Produto Interno Bruto (PIB) da Itália registrou queda de 12,4% no segundo trimestre, também levando o país à recessão, anunciou o Instituto Nacional de Estatísticas (ISTAT).
Com a queda sem precedentes, após a contração de 5,4% no primeiro trimestre, o PIB italiano "registra o menor valor desde o primeiro trimestre de 1995", destaca o ISTAT em um comunicado.
Na comparação com o segundo trimestre de 2019, a queda da terceira maior economia da zona do euro é ainda mais vertiginosa, de 17,3%. No primeiro semestre do ano, a economia italiana teve contração de 14,3%.
A Itália, país mais afetado da Europa pela pandemia, impôs um confinamento drástico em março e abril que paralisou grande parte de sua atividade econômica.
Pacote de estímulo de US$ 29,6 bi
A península enfrenta este ano a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial , com a previsão de queda do PIB de entre 8% e 14%, segundo analistas e diferentes cenários.
Para estimular a recuperação econômica, o governo italiano injetará 25 bilhões de euros (US$ 29,6 bilhões) adicionais no orçamento de 2020, o que eleva o déficit público a 11,9% do PIB, o maior da zona do euro.
O aumento do orçamento, anunciado no dia seguinte ao histórico acordo concluído pela UE para estimular a economia, e do qual a Itália é uma das principais beneficiárias, levará a dívida italiana a 157,6% do PIB.