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Rogerio Santana/Governo do Rio de Janeiro
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Dados divulgados nesta terça-feira pela  Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que, pela primeira vez desde o início da pandemia, a taxa de ocupação de leitos para Covid-19 registrou queda, de 61% em maio para 59% em junho. Esse movimento acontece mesmo com a redução de leitos alocados exclusivamente para o tratamento da doença, que caiu de 41% para 36%.

Os dados constam na terceira edição do Boletim Covid-19, relativo a junho. A variação na taxa de ocupação se deve ao menor volume de internações em leitos comuns, que caiu de 58% para 55%. Entre as UTIs, o percentual se manteve o mesmo, de 65%.

O boletim ressalta, porém, que os dados devem ser “interpretados com a devida cautela ”, já que as 51 operadoras que responderam à ANS somam 15.111 leitos (comuns e UTIs), o que representa 10,7% do total de leitos disponíveis na rede assistencial de planos privados.

Contudo, outros dados indicam o retorno gradual à normalidade . A chegada da doença ao país forçou a adoção de medidas pelos planos de saúde, com o direcionamento de recursos para o tratamento e a contenção do coronavírus. Cirurgias eletivas foram suspensas e, pelo medo de contaminação, a procura por clínicas, laboratórios e hospitais despencou.

Em junho, a quantidade de consultas em pronto-socorro que não geraram internações cresceu 20% em relação a maio, que já havia apresentado leve aumento em relação a abril. A busca por atendimentos de Serviços de Apoio Diagnóstico Terapêutico — exames e terapias fora do ambiente hospitalar — também vem aumentando gradualmente, apesar de ainda estar 26% abaixo do período pré-Covid-19.

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Impacto financeiro da pandemia

As internações para o tratamento de Covid-19 são, na média, mais longas que para outras doenças, durando 11,9 dias em UTIs e 5,5 dias em leitos comuns. Com mais tempo, o custo também aumenta. Em média, um paciente em UTI com coronavírus custa R$ 44.888.

Mas a redução no volume de atendimentos para casos não relacionados com a Covid-19 aliviou o caixa dos planos de saúde, tanto que o setor recusou fundo de R$ 15 bilhões.

A sinistralidade — relação entre os valores pagos pelos beneficiários e os gastos dos planos com os fornecedores —, que ficava na faixa entre 75% e 80%, caiu para 65% em maio e 59% em junho. Quanto menor a taxa, maior o lucro das operadoras.

Por causa da demora entre a realização do atendimento e o pagamento pelo plano de saúde, a queda no índice de sinistralidade parece refletir a redução no número de atendimentos dos últimos meses, com tendência de aumento com o retorno dos atendimentos.

A inadimplência também caiu em junho, de 10% em maio para 7%. Por outro lado, os planos de saúde registraram uma leve queda no número de beneficiários, de 0,26% em relação ao mesmo mês de 2019.

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