As vendas no setor de serviços caíram pelo quarto mês consecutivo, segundo dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira (10). No mês, a queda foi de 0,9%, na comparação com abril, o pior mês da história da pesquisa, iniciada em 2011. Economistas ouvidos pela Reuters esperavam alta de 5,2% em junho.
Os dados mostram que setor ainda segue muito abaixo do nível pré-pandemia. Na comparação com o mesmo período do ano passado, despencou 19,5%. Em maio, o volume de serviços encontra-se 27,9% abaixo do recorde histórico, em novembro de 2014.
"Essa taxa de -0,9% mostra um aprofundamento de um cenário que já era muito desfavorável para o setor de serviços. Ter um resultado ainda negativo quando a comparação é feita com abril, mês que tivemos o pior resultado da série histórica (-11,9%), é bastante significativo", ressalta Rodrigo Lobo, gerente do IBGE.
Economistas afirmam que o setor deve ser o último a sair da crise provocada pela Covid-19, uma vez que boa parte ainda sofrerá com os impactos das medidas para coibir o avanço da doença.
Este é o último indicador da economia para maio divulgado pelo IBGE. Com os números positivos da indústria e comércio, acima do previsto por analistas do mercado financeiro, economistas devem começar a revisar as projeções para o segundo trimestre de 2020, que eram de queda de dois dígitos.
A queda, no entanto, será severa e ainda não indica uma recuperação rápida. Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, a estimativa de retração do PIB nesse período é de 12%. Para o ano, a mediana é de 6,5%, a mediana é de 6,5%, a maior retração em 120 anos.