Carlos da Costa – secretário especial de produtividade, emprego e competitividade do ministério da economia –
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Carlos da Costa – secretário especial de produtividade, emprego e competitividade do ministério da economia –


O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, mostrou preocupação que a linha de financiamento voltada para micro e pequenas empresas acabe em breve pela alta procura.

Carlos da Costa também apresentou o emprestômetro, que permite o acompanhamento da liberação de recursos das linhas compartilhadas com o governo. Os dois participaram de audiência pública da Comissão Mista da Covid-19 do Congresso Nacional.

O diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Paulo Souza, afirmou nesta terça-feira que as empresas – principalmente as de menor porte – já devem ter percebido, desde meados de junho, uma melhora no acesso ao crédito com os programas do governo, como o Pronampe.

Segundo os dados do emprestômetro, no  Pronampe, programa com garantia do governo voltado para micro e pequenas empresas, já foram contratados R$ 3,3 bilhões em empréstimos.

De acordo com o secretário, esse número mostra que crédito está chegando onde precisa.

— O programa está funcionando. O crédito está chegando na ponta. Nós inclusive já estamos preocupados, porque os R$ 15,9 bilhões que alavancam R$ 18 bilhões na ponta vão terminar em breve.

O emprestômetro também reúne as concessões da linha da Caixa em parceria com o Sebrae para micro e pequenas empresas, que emprestou R$ 1,8 bilhões e do programa para pagamento de salários, que já concedeu R$ 4,5 bilhões.

Esse último programa foi viabilizado por uma medida provisória que está em tramitação no Senado. O Congresso fez algumas mudanças para ampliar a quantidade de empresas habilitadas a conseguir o financiamento com garantia do Tesouro. Segundo o diretor do BC, Paulo Souza, essas mudanças devem ajudar a acelerar as concessões.

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— O Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese) acho que com aperfeiçoamentos feitos na Câmara, ele vai decolar. Acho que foi importante a participação do Congresso e de toda a sociedade, recebemos as críticas e juntamente com o Ministério da Economia vamos providenciar os aperfeiçoamentos.

O presidente da Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e dos Empreendedores Individuais (Conampe), Ercílio Santinoni, também participou da audiência pública e relatou que algumas pequenas empresas, além das micro, ainda enfrentam dificuldades para acessar crédito.

— Foi feita uma seleção de pequenas empresas que já operavam com o banco e essas conseguiram acessar o crédito. Aquelas que não operavam com o banco ou que não tinham feito empréstimos antes, não tem limite pré-aprovado. Essas não tem conseguido recursos.

Arrefecimento e novas medidas

Souza disse que com as medidas do Banco Central, como a liberação de compulsórios, o mercado de crédito no Brasil continuou fluindo durante a crise, apesar de um freio nas concessões em maio.

— Temos que reconhecer que a partir da segunda quinzena de maio o mercado de crédito começou a dar sinais de arrefecimento, notadamente para o segmento de micro empresas e empresas de pequeno e médio porte, esse arrefecimento é natural e decorre da ampliação da aversão ao risco das instituições financeiras e diante desse quadro o novo impulso ao crédito passa a depender de um esforço fiscal por parte do estado assumindo ou compartilhando o risco com instituições financeiras.

Carlos da Costa ressaltou que a “torneira não iria abrir” se o governo não tivesse entrado com garantias para os empréstimos.

— Nós podemos ser o primeiro país a resolver o problema de crédito no mundo, nos Estados Unidos menos de 10% do crédito liberado pelo governo chegou na ponta. No Reino Unido, cerca 20% chegou na ponta. Temos absoluta certeza que vamos irrigar o sistema das nossas micro, pequenas e médias empresas.

Além das linhas de financiamento que dividem o risco com o governo, o diretor do BC ressaltou as medidas do Banco Central do fim de junho, que podem liberar até R$ 270 bilhões em crédito. Segundo Paulo Souza, as medidas voltadas para pequenas empresas devem começar a se materializar em julho.

— Temos a convicção que vocês vão perceber um incremento forte de crédito para esses segmentos.

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