O engenheiro civil de 43 anos, morador de Jacarepaguá, que intimidou e ameaçou o superintendente de Educação e Projetos da Vigilância Sanitária Flávio Graça, durante uma inspeção em um restaurante na Avenida Olegário Maciel, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na noite do último sábado, deu entrada e recebeu o auxilio emergencial de R$ 600 disponibilizados pelo Governo Federal para pessoas desempregadas e que perderam o emprego por conta da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
No começo da tarde desta segunda-feira (6), o jornal O Globo teve acesso aos dados do homem junto ao Portal de Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo o documento, o engenheiro recebeu a ajuda da primeira parcela em maio. Até agora, o relatório não constava que o homem havia retirado às outras duas parcelas.
Homem, que até o final da amanhã tinha redes sociais – e após a exibição da reportagem no Fantástico, da TV Globo, na noite desse domingo excluiu — se considerava como “pai, casado, engenheiro, atleta amador, mergulhador, de direita, anti-PT, anti-PSOL e anti PC do B”.
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Além disso, na descrição do Twitter ele dizia “extrema imprensa e conservador”. Em suas redes ele defendia as atitudes da extremista Fernanda Geromini e gostava de retuitar as postagens da agressora do ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal ( STF ). Na sua última publicação ele comemorou a soltura do jornalista Oswaldo Eustáquio em um reposte da extremista.
Na manhã desta segunda, a Taesa , que é uma das maiores empresas brasileiras de transmissão de energia elétrica do país, onde a esposa do engenheiro trabalhava, demitiu a mulher. A agressora, que tem 39 anos, é engenheira química, com especialização em administração de empresas.
Em nota, a empresa confirmou a decisão e afirmou que "compartilha a indignação da sociedade em relação a este lamentável episódio, sobretudo em um momento no qual o número de casos da doença segue em alta no Brasil e no mundo".
O casal foi localizado, mas ambos disseram que consultarão seus advogados antes de qualquer pronunciamento.
O engenheiro fez um vídeo de pouco mais de dois minutos dos jornalistas da TV Globo durante a reportagem no sábado. O próprio engenheiro diz o nome completo e o número do CPF. Em seguida faz contestações à equipe de reportagem. Em seguida, uma mulher, que não aparece na filmagem diz: “Ô raça vagabunda do c*”. “Não consegue ser correto, não consegue ser correto. Se for correto, é demitido. É uma m*, isso”, acrescentou a mulher. O jornalista afirmou que estava sendo exposto e o engenheiro afirmou que ali era um local público e ele poderia gravar.