Contas externas tiveram saldo positivo pelo terceiro mês seguido em maio por conta da queda do comércio global
Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil
Contas externas tiveram saldo positivo pelo terceiro mês seguido em maio por conta da queda do comércio global

Com os efeitos da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2) afetando o comércio no mundo todo, inclusive reduzindo as importações e exportações brasileiras, as contas externas de maio fecharam com superávit de US$ 1,3 bilhão. É o terceiro mês consecutivo de superávit. A estatística foi divulgada nesta quarta-feira (24) pelo Banco Central (BC).

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Tanto as exportações quanto as importações registraram recuos significativos em comparação com maio de 2019. As exportações totalizaram US$ 18 bilhões, um recuo de 12,7% enquanto as importações caíram para US$ 13,8 bilhões, uma queda de 11,6%. Esses dados refletem os efeitos da pandemia na desaceleração do comércio mundial .

O resultado também foi puxado por uma redução de 62% no déficit de renda primária, que contou com aumento no gasto com juros e queda nas remessas de lucros e dividendos para o exterior. Esse dado aponta para uma redução da atividade econômica, porque com menos lucro no país, as filiais de empresas estrangeiras enviam menos recursos para suas matrizes.

O déficit na conta de serviços também reflete para uma queda na atividade econômica . Com a redução de 47,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado, principalmente puxado pela queda nas despesas com viagens, são as reduções nas despesas com aluguéis de equipamentos, de US$ 302 milhões e nas despesas com transporte, com recuo de US$ 208 milhões que mais representam uma redução na atividade econômica. A redução dessas despesas significa que menos empresas têm alugado equipamentos para ajudar na produção, por exemplo.

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Investimentos estrangeiros

Os investimentos estrangeiros no país registraram uma queda de 68% em maio na comparação com o mesmo mês de 2019. No ano passado, entraram US$ 8,3 bilhões contra US$ 2,6 bilhões em 2020.

No acumulado do ano, o Investimento Direto no País (IDP) também registrou um resultado inferior ao do ano passado. Entre janeiro e maio deste ano, US$ 20,5 bilhões entraram no país, contra US$ 31,6 bilhões em 2019.

Nos últimos doze meses, o IDP registrou US$ 67,5 bilhões na comparação com US$ 73,2 bilhões no mês anterior. Apesar do número menor, na relação com o PIB , o número continuou no patamar de 4%.

No mercado financeiro, o movimento de retração do dinheiro no país é parecido. Em maio, o BC registrou uma saída de US$ 2,2 bilhões em investimentos no mercado financeiro, sendo US$ 545 milhões em títulos de dívida e US$ 1,6 bilhão em ações e fundos de investimento.

No acumulado do ano, saída foi de US$ 33,6 bilhões contra um ingresso de US$ 9,7 bilhões no mesmo período de 2019.

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