O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Fábio Kanczuk, disse nesta quarta-feira (3), que a taxa básica de juros, a Selic, pode cair ainda mais e atingir 2,25%, que não é um limite que não pode ser cruzado para o Banco Central. Ele participou uma transmissão ao vivo da Câmara de Comércio Brasil — Estados Unidos.
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Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início de maio, a taxa Selic foi reduzida para 3%. Naquele encontro, os diretores e o presidente do BC, que compõem o Copom, sinalizaram que poderia haver outro corte na taxa, de 0,75 pontos.
"Eu diria que não vejo a taxa de 2,25% como algo que está escrito em uma pedra, algo já fixado, que já temos em mente que não podemos cruzar. Nós vimos membros diferentes do Copom fazendo cálculos diferentes", disse o diretor do BC .
A próxima reunião do Copom será em duas semanas e deve decidir pelo corte previsto ou se uma redução maior será necessária.
A redução na Selic é utilizada como uma forma de estimular a economia. Quando ela está em níveis mais baixos, as outras taxas de juros da economia tendem a reduzir também, tornando o crédito mais barato. Dessa maneira, estimula a tomada de financiamentos e empréstimos, o que, em tese, leva a mais investimentos.
No entanto, o limite inferior dessa taxa já estava em discussão na última reunião. O chamado "lower bound" descreve o patamar mínimo em que a Selic perde sua eficácia em estimular a economia. O tema deve voltar a ser discutido na nova reunião, já que alguns membros do Copom discordaram sobre qual seria esse limite.
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Teto de gastos
O diretor do BC diz que está “otimista” e que não vê um risco de desrespeito ao teto de gastos em 2021.
"Eu não vejo nada que arrisque o teto de gastos. Para mim, parece que tudo vai voltar ao normal no próximo ano. Quando eu converso com colegas do Tesouro, eles me dizem que estão preparando o Orçamento do próximo de maneira com que o teto seja respeitado", disse.
Kanczuk também comentou sobre o nível das reservas internacionais em dólares do Banco Central. Segundo o diretor, o nível está adequado.
"Os problemas não estão tão grandes como eles poderiam porque quando o real deprecia, as reservas ganham um valor maior e a dívida reduz."
Segundo o diretor, só o fato do Brasil ter reservas consideráveis, hoje em torno de US$ 345 bilhões, dá mais segurança para o país durante a crise. Kanczuk diz também que a venda de reservas no mercado não afeta o nível das reservas.
"Não há objetivo no termos de aumentar ou diminuir as reservas. Estamos agindo para melhorar o funcionamento do mercado de câmbio, mas quando fazemos isso, fazemos com pequenos montantes. Esses valores não são grandes o bastante para nos preocupar sobre o nível das reservas", defendeu.
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O Banco Central faz vendas ou compras no mercado de câmbio quando acredita que os preços estão muito voláteis ou quando há falta de dólares no mercado.