
A Latam informou, em comunicado à Comissão do Mercado Financeiro (CMF), que não distribuirá os dividendos correspondentes ao exercício de 2019 a seus acionistas, que estavam previstos para pagamento nesta quinta-feira, dia 28.
Segunda maior companhia aérea em voos domésticos no Brasil, a Latam oficializou na terça-feira pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, Chile, Peru, Colômbia e Equador para reestruturar seus negócios, afetados pela crise do novo coronavírus.
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As subsidiárias que atuam em Brasil, Argentina e Paraguai ficaram de fora do processo de recuperação.
A medida se deve ao fato de que as regras que regem o procedimento do chamado Capítulo 11, o pedido de proteção judicial nos EUA, impedem a companhia aérea de distribuir dividendos a seus acionistas enquanto se concentra na renegociação de seus passivos, que permite a continuidade de suas operações e a viabilidade futura de suas atividades.
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Apesar de a companhia não ter apresentado à Justiça brasileira solicitação semelhante, o movimento acendeu o sinal de alerta no governo federal e acirrou as divergências entre os ministérios da Infraestrutura e da Economia em relação ao que pode ser feito para ajudar as aéreas no país.
No Brasil, a Latam negocia crédito junto ao BNDES, que já reiterou sua disposição de apoiar apenas a operação brasileira da companhia.
Em entrevista ao Globo na terça-feira, o presidente executivo do grupo Latam, Roberto Alvo, afirmou que as regras do Capítulo 11 poderão favorecer as negociações com o BNDES.
Há cerca de dez dias, Latam e as concorrentes Azul e Gol aderiram ao socorro do banco oferecido ao setor aéreo, pelo qual cada empresa teria acesso a uma ajuda de R$ 2 bilhões.
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