Sob coordenação do ministro da Casa Civil , Walter Braga Netto , e sem participação direta do ministro da Economia, Paulo Guedes , o governo começou a desenhar um plano de recuperação econômica do país para depois da crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2) .
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O programa é sustentado na retomada de obras públicas com recursos do Tesouro Nacional
, como forma de evitar uma escalada do desemprego. A principal frente de atuação está sendo desenvolvida pelo Ministério da Infraestrutura.
A equipe do ministro Tarcísio Freitas
indicou 70 obras, na área de transportes, com projetos de engenharia e licenciamento ambiental em fase adiantada. O plano prevê aportes estatais de R$ 30 bilhões até 2022 e, segundo estimativas da pasta, poderia gerar de 500 mil a 1 milhão de empregos nesse período.
O plano está sendo chamado de Pró-Brasil
. Nos bastidores, ele é visto como o Plano Marshall
do governo Jair Bolsonaro
, em referência ao programa dos Estados Unidos
de recuperação de países aliados após da Segunda Guerra Mundial
.
Os detalhes do pacote foram apresentados nesta quarta-feira em reunião de Bolsonaro
com a equipe ministerial. Segundo relatos, durante a reunião, foi apresentado o diagnóstico de que a crise causada pelo
novo coronavírus
irá se estender no ano que vem e que será necessário repensar a atual política de ajuste fiscal.
Há uma avaliação hoje dessa ala do governo que o plano de privatizações e concessões não dará resultado no curto prazo, por conta de questões burocráticas e legais. Daí a necessidade de se aumentar o gasto público.
Outras medidas estão vindo dos ministérios do Desenvolvimento Regional e de Minas e Energia. Há a intenção de retomar empreendimentos de habitação via Minha Casa
, Minha Vida
, além de obras de saneamento.
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A questão agora é como conciliar o plano com as restrições fiscais do país. O Ministério da Economia
ainda não está envolvido diretamente nas discussões. Os técnicos da equipe econômica têm alertado que qualquer gasto que extrapole o programa de combate à calamidade, focado em 2020, precisará respeitar as regras fiscais vigentes. Uma delas é o teto de gastos, mecanismo que limita o avanço das despesas à inflação.
Logo após a reunião pela manhã para discutir o assunto, o secretário de Desestatizações do Ministério da Economia
, Salim Mattar
, convocou entrevista à imprensa para destacar que o foco da pasta está nas privatizações.