Banco Central
Raphael Ribeiro/BCB - 26.4.2019
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Apesar de garantir que as medidas de resposta econômica ao novo coronavírus ficarão restritas a 2020, o governo faz as contas para calcular o impacto dessas ações e da crise causada pela pandemia também em 2021. E a previsão é de uma nova disparada no rombo nas contas públicas para o ano que vem.

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Os técnicos do Ministério da Economia estão finalizando os cálculos do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2021, que precisa ser enviado ao Congresso Nacional até a próxima quarta-feira.

O rombo nas contas públicas em 2021 deve ficar próximo a R$ 150 bilhões, de acordo com fontes que acompanham de perto o assunto. Será mais que o dobro do que o governo vinha prevendo até agora.

Até hoje, a estimativa é de um rombo de R$ 68,5 bilhões em 2021 e de R$ 31,4 bilhões em 2022. Todos esses números serão piorados.

Os números, porém, ainda estão sendo fechados e serão apresentados oficialmente na quarta-feira. O rombo vai subir porque o governo arrecadar menos com impostos e por conta do aumento dos gastos.

Além da queda do PIB para este ano,  a economia vai crescer menos em 2021. Isso impacta diretamente a previsão de receitas federais, o que aumenta o buraco fiscal.

Os técnicos do Ministério da Economia trabalham com uma imprevisibilidade jamais vista para estimar o rombo das contas públicas para o ano seguinte.

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Ao mesmo tempo em que precisam elaborar medidas no curtíssimo prazo para conter os efeitos econômicos da Covid-19, a equipe econômica tem que projetar o Orçamento de 2021.

É preciso enviar o PLDO de 2021 ao Congresso na próxima quarta-feira por uma questão legal. Por isso, integrantes do Ministério da Economia pretendem apresentar um número enfatizando que os valores podem ser alterados futuramente, inclusive com a ampliação do rombo.

Tudo vai depender da evolução da crise.

Uma preocupação do ministério é sobre como o Congresso vai eventualmente alterar as medidas econômicas que já foram propostas. Uma das preocupações é com o plano de socorro a estados e municípios, ainda em negociação pela Câmara. Também por isso, os números são incertos.

Para este ano, o governo previa um rombo de R$ 124,1 bilhões, número autorizado pelo Congresso.

Com a decretação do estado de calamidade pública, em março, o governo deixou de ser obrigado a cumprir esse valor. Agora, o déficit estimado para 2020 é de R$ 419,2 bilhões, equivalente a 5,55% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas esse número deve subir.

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