WASHINGTON — A Ford e a Fiat Chrysler anunciaram nesta quinta-feira planos para a retomada da produção em algumas de suas fábricas nos EUA, que deverão ser reativadas a partir do início de abril. Mas para isso, terão que convencer os trabalhadores, que temem a contaminação do novo coronavírus, que já tem mais de 80 mil casos confirmados e quase mil mortes no país.

“Nós estamos revendo com grande preocupação e cuidado o anúncio de hoje”, afirmou o sindicato United Auto Workers, segundo a agência Bloomberg.

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A Ford planeja reabrir sua primeira fábrica já no próximo dia 6, mas em Hermosillo, no México. O plano da montadora prevê a retomada das atividades em outras quatro plantas — Dearborn, Kentucky, Kansas City e Ohio — nos EUA no dia 14, mesmo dia previsto pela Fiat Chrysler para a reabertura de instalações. A General Motors ainda não tem um plano para a retomada da produção.

— A única orientação na sala de reuniões deveria ser dos gerentes se perguntando: “eu enviaria a minha família, meu próprio filho ou filha, para essa fábrica e estaria 100% certo de que estariam seguros? — afirmou o presidente do sindicato, Rory Gamble.

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A Ford informou que adotará medidas de segurança adicionais. As preocupações dos sindicatos aumentaram após a morte por coronavírus de dois de seus filiados que trabalhavam em fábricas da Fiat Chrysler em Michigan e Indiana. E as montadoras tiveram muitos outros casos confirmados entre seus funcionários, tanto que decidiram pelo fechamento das fábricas.

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Mas para os trabalhadores, pesa o lado financeiro.

— Eu não teria qualquer problema em retornar ao trabalho, desde que a companhia, junto com o sindicado, adotem algumas precauções para permitir que os trabalhadores se protejam — afirmou Brian Pannebecker, de 60 anos, que trabalha numa planta da Ford no Michigan, listando como medidas a distribuição de luvas de proteção e panos antissépticos para a limpeza da área de trabalho.

Negociações entre sindicato e montadoras garantiram que os funcionários mantivessem 85% do salário contratado durante a paralisação, contou Pannebecker. Mas algumas fábricas, incluindo onde ele trabalha, estavam operando com horas extras.

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— Eu estava trabalhando sete dias por semana, 12 horas por dia, até o dia da dispensa — disse o trabalhador. — É uma grande mudança sair desses pagamentos para 85% de 40 horas semanais. É um desafio.

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