O JP Morgan previu, nesta quarta-feira, que a economia brasileira sofrerá retração de 1% em 2020 por causa dos efeitos negativos da pandemia de coronavírus sobre a atividade.
A previsão do banco norte-americano é, até agora, a mais pessimistas entre os analistas para o PIB brasileiro.
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Na terça-feira, o Credit Suisse estimou que o PIB brasileiro ficará estagnado e, na manhã desta quarta, o UBS projetou avanço de apenas 0,5%.
Antes, o JP Morgan esperava um crescimento de 1,6% da economia brasileira. Agora, o banco estima que o país viverá uma "recessão profunda" no primeiro semestre, que deve concentrar os impactos econômicos mais importantes do coronavírus sobre a economia.
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Expectativas cada vez mais pessimistas para o PIB brasileiro
deverão ser levadas em conta na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom)
desta quarta.
Analistas esperam que o Banco Central anuncie um corte de até 1 ponto percentual da taxa de juros básica, a Selic. Também pesarão as decisões recentes do Federal Reserve (Fed, BC americano), que cortou seus juros a zero no fim de semana.
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'Situação avança rapidamente'
Por outro lado, economistas temem que uma redução muito intensa da Selic pressione ainda mais o dólar, que chegou a valer R$ 5,20 na sessão desta quarta.
"A situação está avançando rapidamente em direção ao que o banco apontou como sendo o pior cenário", afirmaram os analistas do UBS em relatório.
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"Interrupções do lado da oferta começaram agora com escolas e universidades fechadas, como também ocorre com atividades culturais, de viagens e lazer. Esperamos que a economia seja prejudicada no segundo trimestre, não apenas devido aos efeitos primários das interrupções da produção global no primeiro trimestre, mas também pelos efeitos defasados da deterioração das condições financeiras e da crescente interrupção da oferta doméstica”
O banco suíço, cuja estimativa de avanço do PIB é agora de 0,5%, esperava antes que ele crescesse 1,3%. Já o Credit Suisse cortou sua projeção de 1,4% para 0% na terça-feira. Em relatório, o Credit avaliou que, no primeiro trimestre, a economia brasileira vai cair 0,1%. Nos três meses seguintes, o tombo será de 1,6%.
"O impacto do surto de coronavírus deve mostrar os primeiros sinais negativos apenas na primeira metade de março", indicou o relatório.
Diante desse cenário, o banco avalia que a recuperação da atividade econômica vai acontecer a partir do segundo semestre, com o crescimento do PIB acelerando nos terceiro e quarto trimestres.
"Não se exclui uma recessão mais significativa, dependendo do tempo que o governo levar para conter o impacto negativo do vírus", ponderaram os economistas do banco.