As bolsas mundiais afundaram nesta segunda-feira em consequência da forte queda do preço do petróleo , após o fracasso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia sobre reduções de produção, em um contexto de queda da demanda provocada pelo avanço do coronavírus.
As cotações do petróleo chegaram a cair quase 30%, a queda mais expressiva desde a guerra do Golfo em 1991.
Preço do petróleo tem maior queda diária desde a Guerra do Golfo
Na Europa, no início das operações, o índice FTSE-100, da bolsa de Londres, perdeu 8,52%; e o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, chegou a cair 7,4%.
Em Paris, a bolsa perdeu 5,71% na abertura dos negócios, enquanto que o índice FTSE MIB de Milão recuou 8% poucos minutos depois da abertura. Às 7h36m( hora de Brasília), Londres apresentava queda de 6,75%; Paris, de 6,99%; e Frankfurt, de 6,59%.
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Em Tóquio, o Índice Nikkei fechou com queda de 5,07%, a 19.698,76 pontos, o que não acontecia desde fevereiro de 2018, no início da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Os mercados chineses também operavam em forte queda. A Bolsa de Shenzhen fechou com queda de 2,86% e a de Xangai retrocedeu 3,42%. O índice Hang Seng, da bolsa de Hong Kong, recuou quase 3,7%.
No Golfo, as bolsas despencaram. Em Riad, a Bolsa operava em queda de mais de 9% nesta segunda-feira, enquanto a Bolsa de Kuwait registrava queda de 10,3%. A empresa Aramco reduziu o preço do barril de Arabian Light a um valor sem precedentes, de US$ 10,25.
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Guerra de preços do petóleo
As cotações do petróleo desabaram depois que a Arábia Saudita provocou uma guerra de preços com grandes descontos em seu produto. Durante as negociações na Ásia, o barril do petróleo leve americano perdeu 30%, enquanto o Brent cedeu 26%.
O desabamento do preço do petróleo pode ter outras consequências, de acordo com os analistas.
"A queda de 30% do preço do petróleo não tem precedentes e está provocando uma grande onda de choque nos mercados financeiros", disse Margaret Yang, analista da CMC Markets.
Na semana passada, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), liderada pela Arábia Saudita, e seus sócios, liderados pela Rússia, não alcançaram um acordo para reduzir a produção e apoiar os preços, em um contexto de queda da demanda provocada pelo coronavírus.
Após o fracasso das negociações, a Arábia Saudita decidiu no domingo adotar o maior corte dos preços do barril em 20 anos, o que provocou uma tempestade nos mercados.
De acordo com a agência Bloomberg, a Arábia Saudita cortou entre 4 e 6 dólares o preço de seus barris para entrega em abril destinados à Ásia e em 7 dólares os destinados aos Estados Unidos. Peso mexicano está caindo 6% e o rublo russo recuava 8,2%.