Paulo Guedes, ministro da Economia
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Paulo Guedes, ministro da Economia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a pedir desculpas para as empregadas domésticas por suas recentes declarações, mas questionou "qual o problema" de fazer uma referência como essa.

Na semana passada, Guedes falou que, na época do dólar mais baixo, "havia empregada doméstica indo pra Disneylândia, uma festa danada".

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"Quando fazemos política econômica, estamos pensando em todos os brasileiros, particularmente os mais humildes. E aquele modelo antigo transformava os empresários em rentistas. Em vez de fazerem investimentos, criarem empregos, rentistas. E justamente as famílias mais humildes - empregadas domésticas inclusive, a quem eu peço desculpas se puder ter ofendido... a mãe do meu pai foi uma empregada doméstica", disse o ministro, durante cerimônia de lançamento da nova linha de crédito imobiliário da Caixa.

E emendou: "Qual o problema de você fazer uma referência como essa, mostrando que os preços estão empurrando a população em direções equivocadas?"

Guedes reforçou que o Brasil está "cheio de belezas naturais e as pessoas pensando em não viajar para o Nordeste" e disse que as pessoas tiraram suas declarações do contexto.

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"Por exemplo, por que está 50% mais caro ir para o Nordeste brasileiro que ir para o exterior? Quem tira de contexto o que nós falamos está semeando discórdia, divisão entre os brasileiros em um momento que estamos incluindo milhões de brasileiros no financiamento da Caixa Econômica ao mesmo tempo que estamos desestatizando o mercado de crédito", apontou.


Expectativas econômicas

Sobre as expectativas para o segundo ano de governo, Guedes falou que sua equipe continua "com o ritmo das reformas" e que, com isso, o país vai crescer 2%, e assim por diante.

"Estamos recuperando a dinâmica de crescimento do País. Não precisamos temer a turbulência internacional. Evidente que há sempre efeitos, mas o Brasil sempre teve sua própria dinâmica de crescimento, é um país continental. É perfeitamente possível o mundo desacelerar, e isso está contratado, o mundo está em desaceleração sincronizada, está descendo, a América Latina está estagnada, e o Brasil vai decolar. O Brasil pode crescer porque tem uma dinâmica própria de crescimento", explicou.

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O ministro também disse que "é absolutamente natural que o juro de equilíbrio desça e que o câmbio de equilíbrio suba um pouco". "O câmbio é flutuante, o Banco Central opera isso. Mas o patamar é inquestionavelmente mais alto."

Congresso

Guedes também afirmou que o Congresso "não precisa pisar no pé" do governo para conseguir entrar no Orçamento. Ele disse que há uma "disputa" e uma "ferocidade" em torno de 4% dos recursos públicos.

"É normal que o Congresso queira entrar no orçamento, mas, pera aí, não precisa pisar no nosso pé. Tem um orçamento de R$ 1,5 trilhão, por que vamos brigar por causa de R$ 10 bi, R$ 15 bi ou R$ 20 bi? Tem R$ 1,5 trilhão, basta descarimbar, vamos fazer o pacto federativo", declarou o ministro.

Guedes defendeu que o Novo Pacto Federativo é "justamente um convite à classe política a assumir os orçamentos públicos".

Em sua fala, também defendeu a aprovação das reformas. "Porque hoje o Brasil é gerido por um software, tem um dinheirinho carimbado, girando, 97%. E essa disputa e essa ferocidade toda que nós observamos, é em torno de 3% ou 4% do orçamento, porque o resto é carimbado. Então, façamos as reformas, aí temos 100% do orçamento para discutir e construir juntos - Congresso, Presidência - o futuro do Brasil discutindo o mérito das despesas."

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