A próxima geração de aeronaves pode ser mais parecida com as espaçonaves do mundo ficcional de “Star Wars” do que com os aviões que conhecemos hoje. Nesta terça-feira (11), durante o Singapore Airshow 2020, a Airbus apresentou sua visão de futuro, com o protótipo Maveric, que substitui o design tradicional de tubo com asas pela fuselagem integrada.
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O modelo ' Star Wars ' tem 2 metros de comprimento e 3,2 metros de envergadura, com dois motores traseiros, mas o design é radicalmente diferente dos aviões tradicionais, que são basicamente cilindros com asas fixadas nas laterais. O Maveric (acrônimo para Model Aircraft for Validation and Experimentation of Robust Innovative Controls) se parece com uma jamanta, com as asas integradas ao corpo principal da aeronave.
"Inicialmente, muitos trataram o projeto Maveric meramente como um hobby, ou, em outras palavras, diziam que a Airbus não ganharia muito com ele", afirmou Adrien Bérard, colíder do projeto. "Então, nós tivemos que provar que eles estavam errados, mostrando que podemos entregar as bases para o futuro da configuração das aeronave", completou.
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O projeto foi lançado em 2017, mas os primeiros testes de voo com o modelo em escala aconteceram apenas em junho do ano passado. Eles terão continuidade até o fim do primeiro semestre deste ano. A equipe do projeto destacou um desafio específico, que foi avaliar a dinâmica em baixa velocidade e de estol.
A proposta de mudança não é apenas estética, mas de eficiência. Ao fundir as asas à fuselagem, os engenheiros conseguem reduzir o arrasto e, dessa forma, o Maveric consome 20% menos combustível em comparação com um avião tradicional, com a mesma configuração de motores.
O espaço interno também oferece novas oportunidades de configuração de cabine. Em vez dos tradicionais corredores compridos, o Maveric permite a distribuição das poltronas mais espaçada lateralmente.
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"A Airbus está aproveitando as tecnologias emergentes para ser pioneira no futuro dos voos. Ao testar configurações disruptivas de aeronaves, a empresa é capaz de avaliar seu potencial como produto futuro viável", afirmou Jean-Brice Dumont, vice-presidente de Engenharia da Airbus . "Embora não exista um cronograma específico para entrada em serviço, essa demonstração tecnológica pode ser instrumento para mudanças na arquitetura de aeronaves comerciais para um futuro sustentável para a indústria da aviação".