Movimento dos petroleiros atinge 15 unidades da Petrobras
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Movimento dos petroleiros atinge 15 unidades da Petrobras

Os petroleiros iniciaram, na madrugada deste sábado, uma greve por tempo indeterminado, que atinge 15 unidades da Petrobras , em dez estados.

De acordo com a Federação Única dos Petroleiros ( FUP ), em todo o território nacional, 6.700 trabalhadores aderiram ao movimento e não se apresentaram para a rendição de turno nas unidades de refino e produção de derivados de petróleo e em terminais da Transpetro.

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Em nota, a Petrobras "considera descabido o movimento anunciado pela FUP e informa que tomou as providências necessárias para garantir a continuidade da produção de petróleo e gás , o processamento em suas refinarias, bem como o abastecimento do mercado de derivados e as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações".

De acordo com a assessoria da estatal, todas as unidades estão funcionando e não houve interrupção da produção.

Reivindicações

Os petroleiros cobram a suspensão imediata das demissões da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), que deve atingir 1.000 funcionários . As demissões, de acordo com comunicado da petrolífera, estão previstas para começar no dia 14 deste mês.

A FUP afirma que tais demissões ferem a cláusula 26 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que determina que qualquer demissão em massa deve ser negociada previamente com os sindicatos, o que não ocorreu.

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Além disso, querem que a Petrobras estabeleça todos os grupos de trabalho determinados no acordo coletivo para negociar pontos que não foram consensuais entre a empresa e a categoria.

De acordo com a federação dos petroleiros, estes pontos envolvem a tabela de turno dos trabalhadores da empresa; banco de horas; plano de saúde; e a participação nos lucros e resultados da companhia(PLR).

Embora reconheça que já foram abertos alguns grupos de trabalho, a Federação afirma que a empresa tem tomado decisões unilaterais , sem o devido diálogo com os sindicatos nesses ambientes de negociação, como determinado pelo acordo de trabalho.

A pauta de reivindicações foi apresentada à Gerência de Gestão de Pessoas da Petrobrás em reunião na última sexta-feira (31).

A Petrobras informou ter sido notificada na última terça-feira (28) pelas lideranças de 11 sindicatos ligados à FUP sobre a intenção dessas entidades de realizar greve a partir deste sábado.

Como justificativa, ''as entidades alegaram desrespeito aos fóruns de negociação instituídos pelo ACT e descumprimento do ACT da Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa)”.

Em seu comunicado, a petroleira afirma que a “intenção de greve, anunciada pela FUP, não atende aos requisitos legais ”, acrescentando que os compromissos pactuados entre as partes vêm sendo integralmente cumpridospela Petrobras em todos os temas destacados pelos sindicatos.

Ocupação do Edise

Durante a greve, cinco diretores da FUP e do Sindiquímica-PR - Deyvid Bacelar, Cibele Vieira, Tadeu Porto, José Genivaldo da Silva, Ademir Jacinto - vão permanecer ocupando uma sala da sede da Petrobras (Edise), com o intuito de abrir canais diretos de negociação com a diretoria da estatal.

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Mandado do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), expedido neste sábado, determinou a verificação das condições da ocupação , após denúncia da Petrobras.

No entanto, a Justiça indeferiu o pedido de reintegração de posse do prédio, localizado na Av.Chile, no centro do Rio.

"Estamos em greve contra as demissões em massa na FAFEN-PR, a favor do cumprimento do Acordo Coletivo, e sobretudo, exigindo um canal de comunicação e negociação aberto com a empresa. A categoria não irá assistir ao desmonte da Petrobrás sem fazer nada. Estamos na luta contra essa gestão, que vem destruindo um patrimônio nacional", declarou Devyd Barcelar, diretor da FUP.

Unidades em greve (até 12h de sábado)

REFAP (RS)

FAFEN-PR, SIX, REPAR, Transpetro de Paranaguá (PR)

REPLAN e RECAP (SP)

REGAP (MG)

REDUC (Caxias/RJ)

UTG-CAB (NF)

RLAM e TEMADRE (BA)

RNEST e Transpetro Suape (PE/PB)

LUBNOR (CE)

REMAN (AM)

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