Amostras apresentaram resultados positivos para a substância tóxica dietilenoglicol. Número de vítimas pode dobrar
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Amostras apresentaram resultados positivos para a substância tóxica dietilenoglicol. Número de vítimas pode dobrar


A fábrica da cervejaria Backer,  localizada no Bairro Olhos d'Água, Região Oeste de Belo Horizonte, envolvida em uma série de polêmicas nas últimas semanas, passa por uma nova vistoria na manhã desta terça-feira.

As policiais civis e uma equipe do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estiveram no local.

Sobe para 17 o número de casos de intoxicação por cerveja contaminada

O motivo da nova visita é que as autoridades investigam casos de intoxicação exógena por Dietilenoglicol (DEG) ligado ao consumo de lotes da cerveja Belorizontina, produto fabricado pela empresa na capital. Até o momento, 17 casos foram notificados.  Também na manhã da terça, a cervejaria convocou a imprensa para uma entrevista coletiva.

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São três os lotes de cerveja analisados – L1 1348, L2 1348 e L2 1354 –, todos positivos para os agentes químicos. Após a divulgação desse laudo, o Mapa proibiu a venda de todas as cervejas e chopes produzidos pela Backer a partir de outubro de 2019. A Backer entrou na Justiça para revogar a ordem.

Apesar da intimação para que a Backer faça o “recall” de todas as marcas produzidas entre outubro de 2019 e 13 de janeiro, o Mapa esclarece que não há resultado laboratorial que confirme a presença das substâncias tóxicas usadas em processos de resfriamento da cerveja nas demais marcas da empresa.

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“Os produtos estão sendo analisados e, caso existam resultados positivos, novas medidas serão adotadas”, informa a nota da pasta. A comercialização está suspensa até que seja descartada a possibilidade de contaminação dos demais produtos.

Os tanques da indústria são usados para a fabricação dos 22 rótulos da cervejaria, sem distinção de marca. A força-tarefa ainda não tem uma resposta sobre as causas da contaminação, se houve falha ou sabotagem.

Coletiva à imprensa no fim da manhã desta terça-feira

"O que estou pedindo é que não bebam a Belorizontina, qualquer que seja o lote. Eu não sei o que está acontecendo", disse a diretora de marketing da cervejaria Backer, Paula Lebbos, durante coletiva de imprensa no fim da manhã desta terça-feira (14).

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Paula reforçou ainda que a orientação vale também para a cerveja Capixaba, que é produzida no mesmo tanque e possui a mesma fórmula da Belorizontina, porém tem rótulos diferentes. Esta cerveja é vendida no Espírito Santo, mas, segundo Lebos, nenhum caso de síndrome nefroneural foi identificado no estado.

A empresa afirmou também que as autoridades já receberam todas as notas fiscais de insumos comprados pela cervejaria. Ela voltou a reforçar que o único produto utilizado no processo de resfriamento é o monotilenoglicol. "A Backer nunca comprou o dietilenoglicol", afirmou.

A diretora de marketing informou que os 650 funcionários da cervejaria estão em casa, por causa da interdição da fábrica. Ainda não há prazo para a Backer retomar as atividades.

Ela reforçou a inocência da cervejaria e disse que em hora nenhuma a Backer se negou a entregar ou a esclarecer fatos para as autoridades. "Tudo está sendo uma surpresa assustadora para todos nós", apontou.

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