A Embraer concedeu férias coletivas aos funcionários de suas unidades no Brasil desta segunda-feira (6) até o dia 20 deste mês. Segundo a empresa, nesse período, será implementada a separação interna dos negócios de aviação comercial das demais atividades, como parte do processo de fusão com norte-americana Boeing, iniciado em 2018.
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A companhia destacou, no entanto, que a conclusão das mudanças ainda aguarda aprovação das autoridades de concorrência brasileiras.
O acordo em andamento entre as duas companhias prevê a criação de uma nova companhia, uma joint venture , na qual a Boeing terá 80% e a Embraer, 20%. A nova empresa não vai absorver as atividades relacionadas a aeronaves para segurança nacional e jatos executivos, que continuarão somente com a Embraer.
O acordo permite, inclusive, que a Embraer possa mais adiante vender os 20% restantes, o que o próprio presidente Jair Bolsonaro já afirmou ver como "deixar que em cinco anos tudo seja repassado para o outro lado."
Em caso de aprovação da negociação, a Embraer terá poder de decisão para temas específicos que foram definidos em conjunto, como a transferência das operações do Brasil. A empresa espera um resultado de aproximadamente US$ 3 bilhões com a operação. O negócio é avaliado em cerca de US$ 5,26 bilhões.
Embraer e Boeing buscam, juntas, unir o melhor de cada uma e organizar uma grande e forte empresa, que seja capaz de competir internacionalmente e se destacar no setor de aviação. Enquanto a companhia brasileira lidera o mercado de jatos regionais, com aeronaves equipadas para voar distâncias menores, a gigante norte-americana é a principal fabricante de aeronaves comerciais para voos longos.
No dia 1º de janeiro, a brasileira divulgou um fato relevante, informando ao mercado e os acionistas que tinha efetuado a segregação da parte de aviação comercial das demais atividades.
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O comunicado da Embraer ressalta, no entanto, que a conclusão da operação ainda espera o aval da Comissão Europeia e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).