A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta sexta-feira (29), em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo
, que o preço da carne não deve cair, contradizendo o presidente Jair Bolsonaro, que afirmou em sua live no Facebook na véspera que a ministra teria garantido que "em três ou quatro meses" o preço voltaria à normalidade.
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Em São Paulo, o preço da arroba do boi gordo teve aumento real de 35% em um mês, o que Tereza Cristina atribui à falta de reajustes nos últimos três anos e a alta das exportações de carne para a China.
Redes de supermercados alegam limitação da oferta de carne bovina , mas a ministra nega e diz ao Estado que "Primeiro, o Brasil tem 215 milhões de cabeças de gado. Então, não é um rebanho para acabar amanhã. Segundo, realmente o mercado chinês mexeu com as exportações, e não só da carne brasileira, mas da carne argentina, paraguaia, uruguaia. É muito grande a necessidade da China ".
"Além de o Brasil abrir as exportações , temos de lembrar que o boi tinha um preço represado há três anos. O pecuarista estava tendo prejuízo nesse período", justificou a líder da pasta da Agricultura.
De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em menos de três meses, contrafilé e coxão mole registraram aumentos acima de 50% e 46%, respectivamente, no preço de custo, que então é repassado ao consumidor.
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O Ministério da Agricultura diz acompanhar de perto a situação e acreditar que o mercado "vai encontrar o equilíbrio". Segundo Bolsonaro , não haverá qualquer tipo de intervenção. "Não vou fazer, nossa política é de mercado aberto. Não podemos aqui tomar medidas que não deram certo em nenhum lugar do mundo, como exportar menos para abastecer o mercado interno. É a livre concorrência", defendeu o presidente.