Se a única certeza da vida é a morte, pensar nela é inevitável. Apesar de doloroso, ter em mente que um dia a hora vai chegar é essencial. Inclusive para as finanças.
Quando o assunto é organização financeira , a história não é diferente. Tendo crise econômica ou não, as pessoas continuam morrendo e o mercado funerário imune, girando.
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Responsável pelo emprego direto de pelo menos 50 mil pessoas no Brasil, o “ mercado da morte ” movimenta cerca de R$ 7 bilhões ao ano , de acordo com o Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep).
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), o custo médio de um enterro no Brasil é de R$ 2.500 .
Em São Paulo, estado mais populoso do País, morrer pode custar caro e até se tornar algo luxuoso, ultrapassando R$ 50 mil com serviços completos e sofisticados voltados para as classes mais altas.
Na capital paulista, embora seja garantido o sepultamento gratuito aos cidadãos que não podem arcar com os custos, na maioria dos casos, a segunda certeza da vida além da morte é que o enterro vai custar dinheiro.
No caso de um solicitante do serviço gratuito, é necessário preencher um atestado de responsabilidade dizendo que não consegue arcar sequer com os custos mínimos.
A gama de opções para esses casos é limitada. Em toda a capital, somente três cemitérios estão disponíveis para enterros sem custos: Dom Bosco, na zona norte, Vila Formosa, na zona leste, e São Luís, na zona sul.
Familiares de doadores de órgãos que partiram também podem ser dispensados de pagar taxas, desde que apresentem o comprovante de doação.
O subsídio inclui caixão, velório, transporte do corpo e sepultamento. Caso a opção seja por realizar o sepultamento em cemitério particular ou por cremação, a gratuidade será parcial. Qualquer outro gasto além do que é oferecido pelo serviço gratuito tem custo normal , sendo cobrada a diferença.
Mesmo após o fim da vida, as preocupações financeiras seguem. Caixão , sepultamento, velório, flores, e por aí vai. Na cidade de São Paulo, o funeral completo básico não sai por menos de R$ 744,21.
Quem optar pela cremação deve pagar ainda uma taxa extra, que pode ultrapassar R$ 2.000. Quanto mais exigências e demandas tiver a família, mais caras ficam a cerimônia e a partida do ente querido.
Um gasto que não tem escapatória após a morte é o de manutenção do cemitério.
Familiares que perderam entes queridos na capital paulista, por exemplo, precisam pagar, três anos após o enterro, a taxa de exumação , voltada para a retirada dos restos mortais, que pode ir de cerca de R$ 85 a pouco mais de R$ 500.
Quem opta por cemitérios particulares também deve estar atento e deixar uma reserva financeira para a manutenção do terreno.
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Planos funerários
Normalmente oferecidos por cemitérios, funerárias e seguradoras, os planos funerários são serviços nos quais são cobradas taxas mensais, em uma espécie de “seguro” que garante reembolso para dispor de tudo que é necessário após o óbito.
Com o papel de resolver questões burocráticas e preparar a cerimônia mais rapidamente, os planos podem garantir um transtorno menor com a partida do ente querido, apesar dos altos preços cobrados pela garantia do serviço no Brasil.
Na Sempre Assistência Funeral, por exemplo, um plano com direito a dependentes não custa menos de R$ 29,90 por mês.
O plano desse valor, básico, é chamado de Sempre Pleno e dá direito a 9 dependentes , que devem ter até 75 anos e serem cônjuges, filhos (inclusive adotivos), pais, avós ou netos do titular. Somente um dos dependentes pode ter idade acima do limite.
O serviço funeral completo inclui serviço de orientação de cartório, remoção, higienização, vestimenta, ornamentação da urna, cortejo, sala de velório, paramentação, traslado, livro de presença, kit café, coroa de flores, urna e auxílio alimentação.
Cremação
Cada vez mais longe dos tabus, a cremação tem se tornado mais presente na cultura brasileira.
Ao longo dos últimos anos, em São Paulo, a procura pelo "processo que incinera de forma rápida e higiênica, por meio de equipamentos de alta tecnologia projetados exclusivamente para este fim, o corpo do falecido, juntamente com a urna", de acordo com a Prefeitura , cresceu cerca de 12% entre 2015 e 2017.
Em 2015, 9.170 cremações de corpos e 1.557 cremações de ossos de despojos resultantes de exumações foram realizadas na capital paulista. Em 2016, 9.493 corpos foram exumados e, em 2017, o número atingiu 10.250 corpos. A média mensal, que segue em alta, chega a mais de 900 cremações .
Prática que ocorre desde 1974 em São Paulo, a cremação tem como "casa" o Crematório Vila Alpina , localizado no Jardim Avelino, na zona leste, mas Brasil afora o mercado de crematórios só cresce, tendo em vista a demanda cada vez maior pelas cremações.
Mas, afinal, quanto custa uma cremação?
Depende. Com a alta da procura e da oferta pelo País, caiu o preço médio de cremar um corpo. Em São Paulo, por exemplo, o serviço municipal impõe custo extra de pelo menos R$ 204,59 para cremar o corpo junto com os demais serviços funerários do pacote.
O valor pode chegar a até R$ 2.187,97, e ainda é baixo em comparação com a cremação em funerárias particulares Brasil afora. O preço, em muitos casos, ultrapassa R$ 10 mil.
Morte luxuosa proporciona até 'bem-velado'
O Funeral Home , situado em casarão nos arredores da Avenida Paulista, em São Paulo, aposta no luxo na hora do luto . Instalado em casa construída em 1927 e tombada como patrimônio histórico, o estabelecimento chega a cobrar mais de R$ 50 mil pelo serviço completo.
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A primeira casa de funeral no Brasil tem em sua vasta lista de serviços traslado, dois tipos de buffet, e um dos grandes diferenciais do local, o 'bem-velado', que substitui o bem-casado, já tradicional nos casamentos.
Livro de condolências, lembrancinhas, som ambiente personalizado, carro com motorista à disposição da família e sala de descanso com internet 24h são alguns dos diferenciais do local, que chama atenção pela fachada preservada.