A taxa de desemprego caiu pelo segundo mês consecutivo em maio, chegando a 12,3% e atingindo 13 milhões de brasileiros, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Os números da PNAD Contínua apontam que, em maio, apesar da queda da taxa de desemprego , o Brasil registrou recordes que mantém aceso o sinal de alerta da economia. Trabalhadores sem carteira assinada, desocupados, subutilizados e desalentados atingiram patamares jamais registrados anteriormente.
O instituto diz ainda que o desemprego "ficou estatisticamente estável" tanto em relação ao mesmo período do ano passando quanto ao trimestre anterior, de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019.
O rendimento médio do brasileiro , de acordo com a pesquisa, caiu em relação ao último trimestre (-1,5%) e ficou estável ante 2018, e chegou a R$ 2.289.
Nesta quinta-feira (27), o Ministério da Economia informou que, em maio, foram criados apenas 32.140 empregos com carteira assinada, o pior valor para o mês desde 2016, quando houve redução de vagas. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) reconheceu, em sua live semanal no Facebook, que o número "Não é bom, poderia ser melhor". O capitão reformado complementou ainda que "É sinal que a economia não vai bem, reconheço que temos problema".
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Subutilização, trabalho sem carteira, desocupação e desalento atingem recordes
Apesar da queda da taxa geral do desemprego e a geração de empregos com carteira assinada em maio, alguns indicadores abordados pela pesquisa apontam para dificuldades na economia brasileira. Segundo o IBGE, a tendência de alta da informalidade segue marcando o País a cada trimestre.
Subutilização
O grupo de trabalhadores subutilizados , que reúne os desempregados, aqueles que estão subocupados ou fazendo 'bicos' (menos de 40 horas semanais trabalhadas), os desalentados (desistiram de procurar emprego) e os que poderiam ter ocupações, mas não trabalham por diferentes razões, chegou a 28,5 milhões de pessoas.
"A população subutilizada (28,5 milhões de pessoas) é recorde da série iniciada em 2012, com alta em ambas as comparações: 2,7% (mais 744 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 3,9% (mais 1.066 mil pessoas) frete ao mesmo trimestre de 2018", defendeu o IBGE.
Empregos sem carteira assinada
Chegou a 11,4 milhões de pessoas o número de brasileiros empregados na informalidade , ou seja, sem carteira assinada. O índice revela que 18% dos ocupados no País não têm carteira de trabalho. Na comparação anual, que leva em conta o mesmo trimestre do ano passado, o número aumentou 3,4%, ou seja, mais 372 mil pessoas.
O número de trabalhadores com CLT, por sua vez, reúne 33,2 milhões, com alta de 1,6% (mais 521 mil carteiras assinadas) em relação a 2018 e estabilidade na comparação com o trimestre anterior.
Desalentados
Os desalentados , ou seja, aqueles que desistiram de procurar emprego, mas poderiam aceitar possíveis propostas, passaram a reunir 4,9 milhões de pessoas, número recorde da série histórica. Em um ano, esse valor aumentou 3,7%. Portanto, 175 mil pessoas desistiram de procurar emprego.