Representantes do varejo, produção e tecnologia dos Estados Unidos se uniram contra a crescente escalada na guerra comercial entre Pequim e Washington. Em um comunicado aberto ao presidente Donald Trump, mais de 600 companhias, entre elas o Walmart, Levis, Costco e GAP, afirmaram que as barreiras protecionistas contra produtos chineses prejudicam a economia nacional e implicarão no aumento do desemprego.
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“Sabemos, em primeira mão, que as tarifas adicionais terão um impacto significativo, negativo e de longo prazo sobre os negócios, os agricultores, as famílias e a economia norte-americana”, afirmaram.
Em maio, o governo norte americano passou de 10% para 25% a taxação de centenas de bens importados da China , somando mais de US$ 200 bilhões. Em retaliação, Pequim também cresceu para 25% as barreiras de produtos norte-americanos, totalizando US$ 60 bilhões. Há duas semanas, Trump voltou a mira aos rivais ao ameaçar subir a tarifa para 30%, aumentando para US$ 300 bilhões em importações.
De acordo com as companhias, a troca de fogo entre os dois países desestabilizam o sistema econômico e cria dúvidas sobre o futuro dos negócios. “O aumento das tarifas e a incerteza em torno dessas negociações comerciais criaram tumultos nos mercados, ameaçando nosso histórico crescimento econômico.”
Por ora, o governo dos EUA conseguiu mitigar o efeito das taxações aos consumidores, porém, em médio e longo prazo, o valor do aumento terá que ser repassado ao público, afirmaram as empresas. Segundo o documento, uma escalada das tarifas pode infligir no aumento de até US$ 2 mil nos custos de uma família com quatro pessoas.
“A capacidade dos varejistas norte-americanos de mudar o fornecimento da China para outros fornecedores é limitada e pode levar anos para ser concluída”, afirma o documento.
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No mês passado, Nike, Puma, Adidas e mais de 170 representantes de marcas de tênis e redes varejistas nos Estados Unidos se uniram para contestar a taxação de calçados importados da China. Em um comunicado conjunto, as representantes do setor afirmaram que a medida será catastrófica aos consumidores norte-americanos.