Previsão de crescimento da economia brasileira cai pela 14ª vez consecutiva

Analistas do mercado financeiro reduziram estimativa de alta do PIB de 1,23% para 1,13%; baixa foi depois de PIB trimestral apresentar retração

Previsão de 1,13% de crescimento da economia brasileira para este ano é próxima ao PIB registado no ano passado, de 1,1%
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Previsão de 1,13% de crescimento da economia brasileira para este ano é próxima ao PIB registado no ano passado, de 1,1%


Analistas do mercado financeiro reduziram, pela 14ª vez consecutiva, a estimativa de crescimento da economia brasileira neste ano. De acordo com informações do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (3) pelo Banco Central (BC), o Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 deve ficar em 1,13%.

O número é 0,10 ponto percentual (p.p) menor do que o previsto na semana passada, quando os economistas acreditavam que a economia brasileira cresceria 1,23% no fim do ano. A redução na projeção aconteceu após o resultado do PIB do primeiro trimestre, que ficou negativo , ter sido divulgado. 

As expectativas para a alta do PIB brasileiro vem diminuindo repidamente desde o começo do ano. Em janeiro, o primeiro Boletim Focus do ano  previa um crescimento de 2,53% para o País, ou seja: de lá para cá, em apenas seis meses, as projeções já cairam 1,4 p.p.

Com a redução na previsão, a estimativa de alta do PIB  alcança o mesmo nível em que o Brasil encerrou o ano passado, em 1,1% . Ao atingir o pequeno índice de 2018 ainda no meio do ano, as probabilidades de que o País tenha um crescimento bem inferior ao do ano passado aumentam.

Para 2020, a projeção foi mantida em 2,50%, assim como para 2021 e 2022.

Inflação, Selic e dólar

A estimativa de inflação , calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também foi reduzida, passandode 4,07% para 4,03% para este ano. O valor está dentro da meta de inflação de 2019, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,25% com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.

Para 2020, a projeção foi mantida em 4% e em 3,75% para 2021 e 2022.

Para controlar a inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic . Para o mercado financeiro, ela deve permanecer no seu mínimo histórico de 6,50% ao ano até o fim de 2019.

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A previsão para a cotação do dólar permanece em R$ 3,80 tanto no fim de 2019 e quanto em 2020.