Na primeira projeção de 2019, o Boletim Focus, relatório divulgado semanalmente pelo Banco Central com a participação de analistas do mercado financeiro, aponta que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano deve ser de 2,53%, ante os 2,55% previstos no final de 2018.
Leia também: Governo quer premiar técnicos do INSS que encontrarem pagamentos irregulares
O PIB , que é soma de todos os bens e serviços produzidos no País, serve como forma de controlar a evolução da economia em dado período de tempo, e deve crescer aquém do esperado neste ano. Taxa básica de juros (Selic), inflação, dólar, saldo da balança comercial e cálculo de investimentos estrangeiros diretos também foram calculados.
Enquanto neste ano a previsão do PIB recuou de 2,55% para 2,53%, para o resultado de 2018 a previsão se manteve em 1,3%. O resultado oficial será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ) no início de março. Para 2020 e 2021, também há estabilidade: a previsão é de 2,5% de crescimento a cada ano.
O ex-presidente Michel Temer chegou a afirmar, em dezembro do ano passado, que a greve dos caminhoneiros , ocorrida em maio, impediu que o PIB daquele ano chegasse a 3,5% , embora nenhuma previsão antes das paralisações indicasse isso.
A taxa básica de juros, a Selic, teve estimativa reduzida de 7,13% para 7% ao ano pelos analistas de instituições financeiras. Atualmente, o juro básico da economia está em 6,5%, na mínima histórica.
A taxa Selic , definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, baseia-se no sistema de metas de inflação e é reduzida ou elevada tendo em vista a alta ou não dos juros. O governo utiliza a taxa básica de juros para buscar alcançar as metas estabelecidas.
A previsão da inflação oficial do País, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), se manteve em 4,01% para 2019. A meta central para este ano é de 4,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 pontos percentuais. Ou seja, se a inflação ficar entre 2,75% e 5,75%, a meta será batida.
Para 2018, a previsão não foi revista, seguindo em 3,69%. A meta inflacionária no ano passado era de 4,5%, com tolerância entre 3% e 6%, e deve ser atingida sem problemas, segundo as previsões.
Para o saldo da balança comercial (que traz o resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2019 permaneceu favorável e estável, com superávit de US$ 52 bilhões. A previsão para os investimentos estrangeiros diretos também permaneceu estável, em R$ 79,5 bilhões.
Previsões para o dólar, que opera em queda
Em queda, o dólar era cotado em R$ 3,699 por volta das 11h10 desta segunda-feira (7), mas a previsão para o ano de 2019 é que esse valor suba e chegue a R$ 3,80, projeção que se mantém estável com o tempo.
A expectativa é que este ano seja conturbado para a economia internacional, o que afeta a cotação da moeda norte-americana no Brasil e no Mundo. Em contrapartida, o mercado financeiro vê com bons olhos o início do governo de Jair Bolsonaro (PSL) , e, por conta desse otimismo e de a adoção de políticas econômicas mais liberais, como a privatização de empresas, o real vem se valorizando.
Leia também: Dólar opera em queda e é cotado a R$ 3,81 após posse de Bolsonaro
Em resumo, a primeira projeção do Focus no ano indica PIB crescendo menos, Selic menor e inflação, dólar, balança comercial e investimentos estrangeiros diretos estáveis em 2019.