Previsão de crescimento da economia brasileira cai pela nona semana seguida

Segundo o Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central que conta com analistas do mercado financeiro, expectativa é que o PIB cresça apenas 1,7% neste ano, contra os 2,53% previstos no início do mandato de Bolsonaro

Previsão de crescimento da economia brasileira caiu pela nona semana seguida
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Previsão de crescimento da economia brasileira caiu pela nona semana seguida

Analistas de instituições financeiras reduziram, pela nona vez seguida, a estimativa para o crescimento da economia brasileira neste ano, passando de 1,71% a 1,70%. O apontamento consta no Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central (BC) com integrantes do mercado, divulgado nesta segunda-feira (29).

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O levantamento foi feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras, e ajuda a medir a evolução da economia brasileira , mensurada pelo Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

As quedas das expectativa para crescimento do PIB meste ano começaram após a divulgação do resultado consolidado do ano passado, quando a economia avançou apenas 1,1% , de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na última revisão do Orçamento, o Ministério da Economia projetou um crescimento de 2,2% para 2019, valor bem acima dos 1,70% esperados pelo mercado. Para os próximos dois anos, as expectativas das instituições financeiras e do próprio Banco Central permaneceram estáveis, em 2,50%.

De acordo com os economistas do mercado financeiro, a expectativa de inflação permaneceu  estável em 4,01%. A meta central deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância do sistema de metas varia entre 2,75% e 5,75%.

Fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação é ajustada com elevações ou reduções da taxa básica de juros da economia, a Selic , que permanece em 6,5%, o menor valor da série histórica. Para o fim de 2020, a previsão seguiu em 7,5% ao ano, portanto deve haver alta dos juros no ano que vem.

Para o ano que vem, a previsão para a inflação está alinhada entre o mercado financeiro e a meta central estipulada pela CMN. Ambos preveem o índice em 4% no ano que vem, ou seja, meta terá sido oficialmente cumprida se a inflação oscilar entre 2,5% e 5,5% no período, já que a tolerância é de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.

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Outras estimativas para a economia brasileira apresentadas no Focus

Foto: Reprodução
Dólar deve terminar cotado a R$ 3,75 neste ano, segundo estimativas do mercado financeiro para a economia brasileira


  • Dólar: A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim deste ano seguiu em R$ 3,75 por dólar . Para o fim do ano que vem, a previsão recuou de R$ 3,80 para R$ 3,79 por dólar, apesar da alta recente da moeda norte-americana, que está cotada em torno de R$ 3,93 nesta segunda-feira;
  • Balança comercial: A previsão para o saldo da balança comercial, que calcula o resultado do total de exportações menos as importações, permaneceu estável em US$ 50 bilhões, com resultado superavitário. Para o ano que vem, a estimativa também seguiu inalterada, em US$ 46 bilhões; e
  • Investimento estrangeiro: A previsão para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano subiu de US$ 81,89 bilhões para US$ 82 bilhões, e a tendência de alta segue para 2020; os analistas passaram a prever alta de US$ 84,68 bilhões, ante os US$ 83,38 bilhões previstos anteriormente. A alta indica otimismo em relação a economia brasileira .