O peso dos impostos sobre a economia brasileira subiu – ainda mais – no ano passado. Em 2018, a carga tributária correspondeu a 33,58% do PIB (Produto Interno Bruto) do País, segundo estimativas divulgadas nesta quinta-feira (28) pelo Tesouro Nacional. No ano anterior, essa porcentagem era de 32,62%.
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O indicador é o maior desde 2010, quando o órgão começou a calcular essa fatia. Os números, porém, são apenas previsões preliminares, uma vez que a porcentagem oficial da relação entre a carga tributária e PIB brasileiro só será calculada pela Receita Federal em outubro e divulgada próximo ao fim do ano.
Segundo o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, que apresentou a estimativa, o aumento do peso dos impostos é justificado pela recuperação da economia. Isso porque, no ano passado, a arrecadação cresceu acima do PIB não apenas na União, mas também nos estados. “Os dados mostram que a arrecadação está se recuperando e que o problema fiscal do Brasil está claramente ligado à despesa”, explicou Mansueto.
De acordo com os dados prévios, a carga tributária subiu nos três níveis de governo. No Governo Central, passou de 22,13% para 22,66%; nos estados, subiu de 8,42% para 8,65%; nos municípios, por fim, aumentou de 2,06% para 2,27%.
Na esfera federal, os principais tributos que impulsionaram esse salto foram o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), com acréscimo de 0,23 ponto percentual; o Imposto de Renda Retido na Fonte, com impacto de 0,13 ponto percentual; e o Imposto sobre Importação, com efeito de 0,1 ponto percentual.
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Nos estados, a carga tributária foi influenciada pelo aumento das receitas do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com 0,24 ponto percentual. Nos municípios, os principais responsáveis foram o Imposto sobre Serviços (ISS), 0,11 ponto; e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), com 0,08 ponto.
Impostômetro
Em 2019, os brasileiros já pagaram pouco mais de R$ 619,3 bilhões em impostos, segundo indicado pelo Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Esse valor, de acordo com os cálculos da entidade, renderia cerca de R$ 83,3 mil por minuto na caderneta de poupança e compraria mais de 1,4 bilhão de cestas básicas.
*Com informações da Agência Brasil