A Comisão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) adiou o início da análise do projeto de reforma da Previdência marcado para esta terça-feira (26) após o ministro da Economia, Paulo Guedes, desistir de participar da audiência .
Paulo Guedes teria sido alertado por aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), de que a reunião seria boicotada por líderes de partidos independentes ao do governo. Com receio de comparecer, o ministro informou que não compareceria mais, deixando a equipe da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do secretário Rogério Marinho, em seu lugar.
Em nota, o Ministério da Economia disse que a equipe ficaria "à disposição para representar" Guedes e que a "a ida do ministro da Economia à CCJ será mais produtiva a partir da definição do relator." Confira:
Com a desistência do ministro, a CCJ decidiu, então, adiar a reunião e votar pela convocação de Guedes em uma próxima audiência. Se a votação for favorável e a convocação, aprovada, ele será obrigado a comparecer no encontro para falar da nova Previdência .No evento de hoje, ele compareceria apenas como convidado para debater o texto da reforma.
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A convocação foi assinada pelo líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ) e por Tadeu Alencar (PSB-CE). Molon chamou a postura de Guedes de "inaceitável" e "desrespeitosa". ""Consideramos inaceitável essa proposta de substituir o ministro da Economia. Essa atitude e esse comportamento são um desrespeito com essa Casa, com a comissão, com todos os membros e com o presidente da comissão", declarou.
Desistência de Paulo Guedes acontece em momento turbulento para a Previdência
Entre desencontros e recuos, o governo segue enxergando a reforma da Previdência
como prioridade. Apesar disso, com o passar do tempo, atritos estão gerando um clima menos otimista para iniciar os debates sobre o tema. A tendência, inclusive, é que a CCJ espere um momento menos turbulento para definir a relatoria do texto e inciar, efetivamente, o processo de votação.
Além da desistência de Paulo Guedes
, as desavenças de entre Rodrigo Maia e a família e governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) também estão contribuindo para o período desfavorável ao projeto. Ambos protagonizaram um duelo de declarações e críticas
, à distância, a respeito da tramitação do texto da nova Previdência.