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"[O governo sabe] que existe ansiedade em relação a alguns pontos, como a idade mínima", declarou Major Vitor Hugo

O deputado Major Vitor Hugo (PSL), líder do governo na Câmara, afirmou nesta sexta-feira (1º) que as declarações de Jair Bolsonaro (PSL) sobre a possibilidade de flexibilizar alguns pontos da reforma da Previdência, como a idade mínima para mulheres, por exemplo, é apenas uma sinalização de que o presidente está disposto a negociar. Na visão do parlamentar, a fala de Bolsonaro não é uma concessão.

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"O presidente sinalizou a disposição do governo de negociar. É assim que tem que ser entendida sua fala. Não que a gente já parta com a reforma aberta a todo e qualquer tipo de modificação no texto. Vejo essa posição do presidente não como uma concessão ou abertura total do texto, mas apenas como uma demonstração de disposição para o diálogo", disse Major.

O deputado reiterou que o governo vai defender a reforma na Previdência exatamente como foi apresentada, mas admitiu que os pontos mais polêmicos serão discutidos mais para frente. "O governo vai defender o texto na íntegra neste primeiro momento, sabendo que já existe ansiedade em relação a alguns pontos, como o BPC e a idade mínima . Mas o mais importante é que a economia fique próxima de R$ 1 trilhão em 10 anos", acrescentou.

Mudanças sinalizadas

Segundo sinalizado por Bolsonaro, a idade mínima para aposentadoria das mulheres pode baixar de 62 para 60 anos
Alan Santos/Presidência da República
Segundo sinalizado por Bolsonaro, a idade mínima para aposentadoria das mulheres pode baixar de 62 para 60 anos

Na quinta-feira (28) , durante um café da manhã com jornalistas, Bolsonaro afirmou que pode baixar a idade mínima para aposentadoria das mulheres e rever a proposta para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), voltado a idosos de baixa renda. A declaração pegou a equipe econômica do governo de surpresa e repercutiu mal no mercado.

Segundo sinalizou o presidente, a idade mínima das mulheres pode baixar de 62 para 60 anos. Além disso, Bolsonaro indicou que pode fazer alterações no atual projeto para o  BPC , que prevê o pagamento de R$ 400 para os idosos de baixa renda a partir de 60 anos. A ideia é que esses idosos passem a receber um salário mínimo apenas quando completarem 70 anos. Hoje, o valor pago já é equivalente a um salário mínimo desde os 65 anos.

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"Eu acho que dá para cortar um pouco de gordura e chegar a um bom termo. Muita coisa vai ser atenuada aí, mas não vai desfigurar a alma da proposta", afirmou o presidente. "Há interesse de todo mundo em aprovar. O Brasil pode entrar em uma situação muito complicada [sem a reforma da Previdência ]. Não queremos passar pelo que a Grécia passou, ou Portugal", completou.

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