Os militares devem ser incluídos na reforma da Previdência, afirmou o presidente Jair Bolsonaro (PSL) nesta quarta-feira (23), em uma entrevista à Bloomberg News . De acordo com ele, a aposentadoria da categoria deve ser discutida em uma "segunda parte" do projeto.
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Sem dar muitos detalhes ou explicações, o presidente apenas afirmou que os militares entrarão "na segunda parte" da r eforma da Previdência . Ele também declarou que a reforma será "bastante substancial", e que espera pequenos ajustes entre a proposta que vai apresentar e a que será aprovada pelo Congresso Nacional.
Nesta semana, Bolsonaro está participando do Fórum Econômico Mundial , que acontece em Davos, na Suíça. Após a viagem, a equipe do presidente deve definir e apresentar sua proposta de reforma definitiva.
Durante a entrevista, ele declarou que a aprovação da proposta é "praticamente certa", já que não existem muitas opções para a recuperação financeira do Brasil. "Há uma consciência no Brasil de que as reformas são vitais para as entidades federais continuarem operando ", disse. "O Brasil tem que dar certo. Se não, a esquerda vai voltar e nós não sabemos qual será o destino do Brasil, talvez se torne mais como o regime que temos na Venezuela."
Na segunda-feira (21), o general Hamilton Mourão
, vice-presidente e atual presidente em exercício, defendeu um aumento no tempo mínimo de serviço
na ativa dos militares
para 35 anos. Hoje, para ir para a reserva, semelhante a uma aposentadoria
, a categoria tem que trabalhar por 30 anos, pelo menos.
Apesar de defender que os militares não seguem o mesmo regime de trabalho que os civis enquanto na ativa, Mourão concorda que alguém que pode recorrer à aposentadoria já com 44 anos "não é bem visto pela sociedade". Ele ainda afirmou que a questão do tempo de serviço é um dos pontos que estão sendo discutidos pelo governo e que serão apresentados como forma de mitigar os gastos da União e dos estados com as suas Forças Armadas e polícias.
Militares pediram para ficar de fora da reforma da Previdência
Os militares têm resistido publicamente à inclusão da categoria na reforma. Só no último dia 9, os ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo), além do novo comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa, se manifestaram contra a ideia. Dois dias depois, foi a vez do novo comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, protestar.
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"Como comandante do Exército, se me perguntarem, [diria que] não devemos modificar nosso sistema [de aposentadoria ] ", opinou Pujol. "Temos uma diferença muito grande de qualquer outro servidor público ou privado. Não temos hora extra, não temos adicional noturno, não podemos nos sindicalizar. Tem uma série de coisas que devem ser tratadas de forma diferente", completou, justificando uma possível exclusão da reforma da Previdência .