Acompanhando o presidente Jair Bolsonaro (PSL) em Davos, na Suíça, o ministro Paulo Guedes falou sobre a agenda de privatizações do governo e passou uma mensagem de entusiasmo quanto à aprovação da reforma da Previdência. As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo .
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Paralelamente ao Fórum Econômico Mundial, durante um almoço oferecido pelo Itaú Unibanco, Paulo Guedes enfatizou o ideal privatista do novo governo, mas sem mencionar empresas ou setores específicos. O ministro também não confirmou quando pretende apresentar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso Nacional.
"Foi um discurso liberal, propositivo, afirmando que a reforma deverá ser aprovada pelo Congresso", opinou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). "Guedes enfatizou a previsibilidade, a confiabilidade e o novo marco regulatório. Foi o primeiro passo do governo aqui em Davos para aumentar a atratividade do País", completou.
O governador tucano ainda disse acreditar que o imbróglio envolvendo um dos filhos do presidente , o senador Flávio Bolsonaro , e seu ex-assessor Fabrício Queiroz "até agora" não criou problemas para a condução da agenda de reformas do novo governo.
Ainda segundo a Folha , participantes do evento confirmaram que o ministro também falou sobre seu plano B caso a reforma da Previdência não seja aprovada pelo Congresso: desvincular despesas obrigatórias do Orçamento da União, passando todas para as mãos dos estados.
Guedes não falou com a imprensa na saída do almoço.
Reforma no Congresso
No último dia 18, o secretário de Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, confirmou, que a proposta de reforma da Previdência será encaminhada ao Congresso Nacional na segunda semana de fevereiro. Segundo Marinho, a equipe econômica de Bolsonaro bateu o martelo sobre a estratégia para apresentar o texto.
O Palácio do Planalto pretende aproveitar a proposta já apresentada pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) e juntá-la ao texto que será encaminhado ao Congresso. Com isso, a matéria poderia ir diretamente à apreciação do plenário da Câmara dos Deputados, aproveitando que o projeto de reforma da Previdência enviada por Temer já passou pela etapa das comissões.
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"Já foi decidido que vamos utilizar o arcabouço da 287 [Proposta de Emenda Constitucional – PEC 207/16], e a ideia é apresentarmos o projeto no plenário da Câmara a partir da segunda semana depois da votação da mesa diretora”, disse Marinho. A declaração foi feita logo depois de o governo apresentar o texto da medida provisória (MP) que pretende coibir fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).