O general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), negou que haja algum desentendimento na relação entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo o ministro, os dois são são “best friends” – ou, em português, melhores amigos.
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“Não teve rusga nenhuma, nem rusga, nem carrinho por trás, nem tesoura voada, não teve nada. Hoje [7] de manhã [Bolsonaro e Paulo Guedes ] se encontraram aí, best friends , não tem essa história”, disse o general Heleno a jornalistas. O ministro falou com a imprensa depois da cerimônia de posse dos novos presidentes dos bancos públicos, no Palácio do Planalto.
Na última sexta-feira (4), integrantes da equipe econômica do governo contradisseram Bolsonaro a respeito de um suposto aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) anunciado pelo próprio presidente pela manhã . Poucas horas depois, o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, desmentiram o reajuste.
Naquele dia, quando questionado sobre o aumento do IOF, Cintra disse que Bolsonaro deve ter "se confundido". "Não há necessidade de compensação. Ele [Bolsonaro] não assinou nada. Ele sancionou o benefício [subsídio às regiões Norte e Nordeste] e assinou um decreto limitando o usufruto desse benefício à existência de recursos orçamentários", explicou.
Logo depois, em entrevista coletiva, Onyx Lorenzoni reiterou que o imposto não sofreria alterações. Segundo o ministro, a informação compartilhada pelo presidente "não deveria ter sido vazada". "Não haverá aumento de impostos. Ele [Bolsonaro] se equivocou ao falar de aumento de impostos. Poderia ser um caminho, mas a solução foi encontrada e está no decreto publicado", declarou.
"Excesso" de informações
Ainda em entrevista a jornalistas, Augusto Heleno atribuiu o erro de Bolsonaro à quantidade de informações que o presidente recebe diariamente. "Acredito que aquilo foi fruto de uma primeira semana, o peso em cima das costas do presidente é muito grande, ele acaba ouvindo muita coisa sem ter tempo nem de conferir se o que ele ouviu está valendo ainda”, explicou o ministro.
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Em discurso durante a posse do novo presidente do Banco do Brasil, o próprio Paulo Guedes refutou a ideia de que a equipe econômica do governo esteja "batendo cabeças" ou que haja falhas de comunicação entre os membros. "Todo mundo acha que tem uma discussão entre nós, uma briga. [Mas] Nós somos uma equipe muito, muito sintonizada", garantiu.