O ano de 2019, para a maioria dos brasileiros, chega com otimismo. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que 72% estão otimistas com a realidade econômica do País, mesmo percentual para os que acreditam que sua vida financeira será melhor.
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Com o clima de otimismo
no ar, sobretudo por conta do início do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), a apuração revela também as principais metas estabelecidas para este ano, que são juntar dinheiro, para 51%, e sair do vermelho, citada por 37%.
O presidente da CNDL, José César da Costa, avalia que a expectativa do mercado é de que o ambiente volte a ser favorável com a definição do quadro eleitoral. “À medida que o novo governo anuncia seus projetos para o País, aumenta o clima de otimismo com a retomada da economia, que deve começar a ser percebido a partir do segundo semestre”, opina.
Apesar da confiança geral, 58% acreditam que os reflexos da crise econômica devem seguir impactando a rotina de 2019; para controlar os efeitos, 51% destes disseram pretender organizar o orçamento para o novo ano; 26% não enxergam nenhum tipo de reflexo no cotidiano.
Muitos dos consumidores que esperam sentir os reflexos da crise em 2019 pretendem tomar atitudes para evitar dificuldades, como organizar ou controlar mais as contas da casa (51%), pesquisar mais os preços (50%), aumentar a renda com trabalho extra e 'bicos' (44%) e evitar o uso do cartão de crédito (44%).
Entre os principais medos para a vida financeira neste ano, destacam-se não conseguir pagar as contas (61%), não guardar dinheiro (45%), abrir mão de determinados confortos no dia a dia (34%), não conseguir um emprego (28%) e perder o emprego (20%).
“Apesar de os brasileiros continuarem sentindo os efeitos da crise, a possiblidade de crescimento da economia impõe novos desafios para o sucesso de projetos pessoais, que passará pela capacidade do consumidor de controlar seu orçamento, planejar e poupar”, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
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Cortes em 2018, otimismo em 2019
Se 2019 começa com expectativas positivas para a economia e a vida financeira dos brasileiros, o ano que passou não deixou lembranças tão boas: para 40% dos entrevistados, a economia piorou em 2018 se comparada a 2017. Em contrapartida, para 38% não piorou ou melhorou, enquanto 19% acreditam que melhorou.
Além disso, quatro em cada dez (40%) consumidores consideram que a situação financeira pessoal permaneceu do mesmo jeito na comparação com 2017 e 34% disseram que piorou; somente 24% notaram melhora.
A pesquisa traz ainda que 82% dos consumidores tiveram de cortar ou ajustar o orçamento em 2018, especialmente em refeições fora de casa (52%), compra de itens de vestuário, calçados e acessórios (49%), itens supérfluos de supermercado (47%) e viagens (43%).
As experiências financeiras mais vivenciadas no ano passado foram: abrir mão de muitas coisas que consumiam (41%) e não conseguir pagar as contas em dia (34%). Além disso, 30% ficaram desempregados e relataram muitos meses com as contas no vermelho.
O levatamento diz que 94% não conseguiram concretizar algum projeto que haviam planejado para o ano passado, principalmente juntar dinheiro (33%), quitar contas atrasadas (25%) e adquirir ou reformar a casa (25%). Apenas os 6% restantes garantem ter realizado todas as metas traçadas para 2018.
A maioria (53%) justificou o não cumprimento de metas devido a falta de dinheiro. Outros 50% disseram que os preços altos foram um impeditivo, além de 33% que mencionaram o desemprego.
Em contrapartida, não só de lamentações foi marcado o ano de 2018. A pesquisa aponta que 61% conseguiram colocar em prática pelo menos um projeto que tinham para 2018. As principais metas cumpridas citadas foram: cuidar da saúde (22%), pagar dívidas atrasadas (15%), fazer reserva financeira (15%), comprar ou reformar a casa (12%), fazer tratamento odontológico (10%) e realizar uma grande viagem (9%).
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Neste ano, que se inicia com otimismo e confiança para a maioria dos brasileiros, juntar dinheiro e sair do vermelho são as principais metas traçadas, segundo a pesquisa.