Consumo das famílias teve maior alta desde terceiro trimestre de 2017, ajudando a alavancar PIB do País, diz IBGE
Tânia Rêgo/Arquivo/Agência Brasil
Consumo das famílias teve maior alta desde terceiro trimestre de 2017, ajudando a alavancar PIB do País, diz IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,8% no terceiro trimestre de 2018, registrando o melhor resultado deste ano, segundo divulgou nesta sexta-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Na relação anual, o crescimento do PIB  brasileiro é de 1,3%, enquanto a comparação entre trimestres mostra, apesar do maior crescimento de 2018, que a recuperação da economia ainda é lenta. 

O segundo trimestre foi fortemente afetado pela greve dos caminhoneiros no final do mês de maio, que paralisou estradas e dificultou o abastecimento de produtos pelo País. Rebeca Palis, gerente da pesquisa, diz que, apesar da melhora, a economia do País ainda se encontra no mesmo patamar do primeiro semestre de 2012.

Os principais destaques do PIB no período são:

  • Serviços: 0,5% (maior crescimento desde o 2º trimestre de 2017);
  • Indústria: 0,4% (primeiro resultado positivo de 2018);
  • Agropecuária: 0,7%;
  • Consumo das famílias: 0,6% (melhor resultado desde o 3º trimestre de 2017);
  • Consumo do governo: 0,3% (primeira alta após duas quedas seguidas);
  • Investimentos: 6,6% (melhor resultado desde o 4º trimestre de 2009);
  • Construção Civil: 0,7%;

Motivos extraordinários como mudanças na tributação no oléo e gás (Repetro) impulsionaram o crescimento do trimestre,uma vez que houve aumento na contabilização da importação de plataformas de petróleo como estoque de capital. Isso influenciouo resultado surpreendentemente tão positivo dos Investimentos, o melhor resultado desde o último trimestre de 2009.

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A revisão de dados nacionais divulgada pelo IBGE também afeta o resultado e mostra que a  queda do PIB de 2016 foi de 3,3%, não de 3,5% , como mostrado anteriormente. Naquele ano, os três pilares do setor econômico registraram queda: Agropecuária (-5,2%), Indústria (-4,6%) e Serviços (-2,3%). Com isso, o PIB per capita no Brasil foi de R$ 30.548, com queda em volume de 4,1%.

Outras revisões foram feitas no PIB de 2017, com o crescimento passando de 1% para 1,1%, e no 1º trimestre deste ano, com a alta passando de 0,1% para uma expansão de 0,2%, segundo o IBGE.

No acumulado dos últimos 12 meses, a soma de todos os bens produzidos no País cresceu 1,4%, enquanto, em 2018. o crescimento é, antes do último trimestre, de 1,1%. Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,716 trilhão no terceiro trimestre deste ano.

Entre todos os itens que compõem o cálculo, o único que registrou queda foi o segmento de eletricidade e gás, água esgoto , que recuou 1,1%. A gerente da pesquisa explica, no entanto, que isso é "totalmente explicado pelo aumento tarifário, já que tivemos três bandeiras vermelhas, o que significa que tivemos que acionar as térmicas, que têm um custo maior.”

último Boletim Focus , divulgado pelo Banco Central , aponta que analistas de instituições financeiras preveem que a economia brasileira irá crescer 1,39% neste ano, valor muito perto do que espera o governo (1,4%). Para 2019, a expectativa de crescimento é de 2,5%.

PIB do Brasil é o 39º em ranking com 44 países

Crescimento do PIB do Brasil empatou com o da Rússia, na 39ª posição em uma lista de 44 países
Reprodução/Twitter
Crescimento do PIB do Brasil empatou com o da Rússia, na 39ª posição em uma lista de 44 países

A Austin Rating elaborou um ranking com as maiores economias do mundo, que mostrou que o crescimento brasileiro nos últimos 12 meses foi o 39º maior da lista, empatado com a Rússia.

A comparação leva em conta o crescimento de 1,3% do PIB em relação ao terceiro trimestre de 2017, segundo o IBGE, valor menor do que os de países vizinhos como Chile (2,8%), Colômbia (2,6%) e Peru (2,3%). Na média, o crescimento dos 44 países foi de 2,8% no terceiro trimestre na relação anual. Entre os BRICs (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o índice médio de crescimento sobe para 4,1%.

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