O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, afirmou que não defende a privatização da Petrobras. De acordo com uma declaração dada na terça-feira (13), em uma videoconferência com investidores e reafirmada nesta quarta-feira (14), Mourão é a favor da venda de uma das distribuidoras da estatal, a BR Distribuidora.
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Em sua conta no Twitter, o próximo vice-presidente escreveu que considera a estatal uma “empresa patrimônio” do Brasil, reafirmando sua posição contra a privatização da Petrobras. Também segundo o post de Mourão , o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) “estuda a possibilidade de privatizar a BR Distribuidora”, sem ainda qualquer tipo de confirmação.
Privatização da Petrobras já havia sido desconsiderada por Bolsonaro
Antes de ser eleito, Bolsonaro já havia declarado ser a favor das privatizações, mas com resistência a empresas consideradas “estratégicas” ao Estado, como a Eletrobras e a própria Petrobras. Na época, às vésperas do segundo turno das eleições 2018, que aconteceram no dia 28 de outubro, o então candidato havia citado o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e Furnas como outros exemplos de empresas que não planeja ceder à iniciativa privada.
"Temos 150 estatais. No primeiro ano, vamos mandar umas 50 que foram criadas pelo PT para o espaço. Para outras 50, vai ter que ter critério, um modelo com responsabilidade, talvez uma golden share
[ação de classe especial e pertencente ao Estado]", disse. "O que for estratégico não pode privatizar", repetiu, fazendo menção aos bancos públicos e à hidrelétrica logo em seguida.
Ainda sobre as privatizações, Bolsonaro defendeu, em uma entrevista dada a TV Bandeirantes, a venda e até a extinção das estatais que dão prejuízo financeiro ao país, mas excluiu essa possibilidade para o setor de energia elétrica e para a Petrobras, alegando que as estatais não podem ser colocadas nas mãos de “qualquer capital”.
Nome de futuro presidente da estatal ainda é incerto
Para a presidência da Petrobras, Ivan Monteiro , que atualmente ocupa o cargo, tem sido cotado para a permanência na direção da estatal nos últimos dias. Ele teria se reunido com Paulo Guedes, futuro ministro da Economia (um dos "superministérios" do governo Bolsonaro, que deve reunir Fazenda, Planejamento e Indústria, Comércio Exterior e Serviços) para discutir os futuros da empresa. Poucos dias antes de ser escolhido como novo Presidente da República, no entanto, Bolsonaro declarou, além de ser contrário à privatização da Petrobras , que gostaria de um militar à frente da estatal . Na época, ele afirmou que ter um militar no cargo passaria uma imagem de austeridade e minimizaria impactos de um governo com políticos tradicionais.