A Relação Anual de Informações Sociais (Rais), cadastro administrado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, divulgou, nesta terça-feira (30), que o número de empregos formais entre pretos e pardos cresceu no Brasil na relação dos últimos dois anos, 2016 e 2017. O crescimento da contratação de pretos e pardos contraria o momento de desemprego do País, no mesmo período.
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A pesquisa separa a contratação de pretos e pardos entre os dois grupos e em cada ano, mostrando que, em 2017, o saldo de empregos de pretos foi de 35,8 mil, um aumento de 1,87%, enquanto o de pardos ficou em 39,2 mil, variação positiva de 0,32%.
Na população branca, houve redução de 2,54%, com a diferença negativa de 494 mil entre vagas formais criadas e fechadas. Além disso, entre os que se declararam amarelos, foram criadas 14,5 mil vagas a menos, o que representa uma queda de 5,3%.
O saldo de vagas de pretos e pardos caiu de 2016 para 2017, fechando saldo negativo de 123 mil postos. Em 2017, foram registradas empregadas 37,34 milhões de pessoas que se dizem pretas e pardas, contra 37,46 milhões registradas no ano anterior.
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Os dados trazem, ainda, o recorte por escolaridade. Neste contexto, o aumento de vagas formais para pretos foi maior entre os que têm nível superior, chegando a 8,6% na comparação entre os dois anos. Entre os pardos, a variação positiva ficou em 2,9%. Na faixa das pessoas com ensino médio, o crescimento de postos com carteira de trabalho foi de 4,3% para pretos e de 1,9% para pardos.
A maior presença de pretos e pardos no mercado de trabalho formal nos últimos anos é um alento, mas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até novembro de 2017, dois em cada três (63,7%) desempregados no Brasil eram pretos ou pardos.
O dado indica uma taxa de desocupação de 14,6%, enquanto que a taxa da população branca ficou em 9,9%. A proporção de pretos e pardos ocupados (52,3%) foi menor que a da população branca (56,5%) no terceiro trimestre do ano passado, ainda segundo os dados do IBGE.
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Por fim, a região Sudeste foi a responsável pela maior parcela da contratação de pretos e pardos. Além disso, os setores que mais cresceram foram, respectivamente, serviços, comércio e indústria de transformação.
* Com informações da Agência Brasil.