O número total de negativados no Brasil cresceu 3,9% no mês de setembro e chegou a 62,4 milhões de CPFs, segundo dados estimados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Prestação ao Crédito (SPC).
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Mais de 2,2 milhões de brasileiros entraram na estatística entre o início de 2018 e setembro, mês da pesquisa, elevando de 60,2 milhões para 62,4 milhões o número de negativados no Brasil . O volume de consumidores com contas em atraso segue elevado, refletindo o quadro de incertezas e problemas das famílias brasileiras, muito em função do número de desempregados .
No último mês, aumentou em 3,9% a quantidade de novos inadimplentes em relação ao mesmo período de 2017. Na comparação mensal, no entanto, houve pequena queda de agosto para setembro: variação de 0,1%, praticamente estável.
Para José Cesar da Costa, a inadimplência continua em alta no Brasil "O desemprego permanece elevado e a renda não superou os patamares anteriores à crise, prejudicando o orçamento e a capacidade de pagamento dos consumidores. Esse quadro só deve ser revertido com a melhora do mercado de trabalho, o que exige por sua vez uma recuperação econômica mais vigorosa", explica.
Entre os idosos de 65-84 anos, houve avanço de 10% de inadimplência em um ano. A maior parte dos que têm nome sujo permanece na faixa 30-39 anos (51,5% ou 17,7 milhões de pessoas).
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Negativados no Brasil por região
A região norte, proporcionalmente, concentra o maior número de inadimplentes: 48,2% tem o CPF restrito, número que equivale a 5,8 milhões de consumidores; no Nordeste, são 42,3% dos adultos com o nome sujo no cadastro – 17,2 milhões de consumidores com restrições ao crédito. Em seguida, o Centro-oeste, que tem 5 milhões de inadimplentes; no Sudeste, o maior contingente total que é de 27 milhões (39,1% da população adulta); e no Sul o menor número de consumidores negativados por adulto: 8,4 milhões de pessoas ou 37,2%.
Outro número divulgado é o de volume de dívidas que está no nome de pessoas físicas. Em setembro, houve um crescimento de 1,5% diante dos dados do ano anterior. No volume mensal, novamente é notada queda mínima, que mostra estabilidade: 0,04%. A maior parte dos compromissos não-honrados foi contraída em bancos ou instituições financeiras, seguidas pelo comércio.
As dívidas com cartão de crédito, cheque especial e empréstimos apresentou a alta mais expressiva em setembro: 8,5% na comparação com o mesmo mês de 2017. No comércio, foi registrada queda de 6,1% dos consumidores atrasados no crediário. Em serviços básicos, como água e luz, houve queda de 1,1% na inadimplência.
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O número de negativados no Brasil utiliza todas as informações disponíveis nas bases de dados que CNDL e SPC Brasil têm acesso. As informações se referem a capitais e interior dos 27 estados. A margem de erro é de quatro pontos percentuais e o grau de confiabilidade é de 95%.
*Com informações da CNDL/SPC Brasil