Na PEC da reforma tributária, a proposta é implementar o IVA (Imposto de Valor Adicionado) para substituir outros cinco impostos: ICMS, IPI, ISS, Cofins e salário-educação
Shutterstock
Na PEC da reforma tributária, a proposta é implementar o IVA (Imposto de Valor Adicionado) para substituir outros cinco impostos: ICMS, IPI, ISS, Cofins e salário-educação

Depois das eleições, a comissão especial da Câmara dos Deputados terá o texto que trata da reforma tributária, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) nº 293/04, pronto para ser votado. Diminuindo os efeitos regressivos, que tendem a onerar os contribuintes de menor renda, o projeto pretende racionalizar e tornar mais justa a cobrança de impostos no país.

Leia também: "Reformas deveriam ter sido feitas há 20 anos", defende economista da Rede

A promulgação da PEC da reforma tributária , porém, só poderá acontecer após o fim da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro (decreto nº 9.288/18), previsto para 31 de dezembro de 2018. O calendário de tramitação final coincide com o início do mandato do novo presidente a ser eleito em outubro.

IVA, o senso comum da reforma tributária

Entre outras medidas, a reforma tributária descrita na proposta também acaba com o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)
iStock
Entre outras medidas, a reforma tributária descrita na proposta também acaba com o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)

Nas propostas dos presidenciáveis de atualização da legislação tributária, há diferenças quanto à abrangência da reforma, aos prazos, ao gradualismo, à repartição da arrecadação, ao peso das alíquotas e à autonomia dos estados para tributar. A criação do Imposto de Valor Adicionado (IVA), contudo, é quase consenso.

Na PEC 293, que está em fase final de acolhimento de emendas, o IVA substitui cinco outros impostos: ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ISS (Imposto Sobre Serviços), Cofins e salário-educação.

Entre outras medidas, a reforma descrita na proposta também acaba com o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e ainda estabelece um imposto seletivo para a arrecadação federal sobre energia elétrica, combustíveis líquidos e derivados, comunicação, cigarros, bebidas e veículos.

Leia também: Dinamismo econômico se retoma com intervenção do Estado, diz economista do PSOL

Você viu?

Segundo o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), relator da PEC 293 , não haverá aumento da carga tributária e nem perda da arrecadação por parte da União e dos estados. Os municípios receberão ainda mais tributos.

Hauly acredita que, “ao simplificar e eliminar nove tributos da base de consumo” e substituí-los pelo IVA e um apêndice, haverá mais recursos com aumento da eficiência de arrecadação, além de diminuição de litígios e da burocracia.

O que dizem os especialistas

“Se não houver a intervenção direta do Executivo, nada anda”, afirma Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal
Shutterstock
“Se não houver a intervenção direta do Executivo, nada anda”, afirma Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal

Para Bernard Appy, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, a reforma tributária sobre bens e serviços “é a medida com maior impacto no aumento da produtividade” nos próximos anos. “Deveria estar na agenda de qualquer governo que deseja aumentar a renda dos brasileiros nas próximas décadas”, defende.

O ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, enfatiza que o próximo ou a próxima presidente deverá se mobilizar para viabilizar a melhoria na legislação tributária. “Se não houver a intervenção direta do Executivo, nada anda”.

Leia também: Temer veta Refis do Supersimples invocando Lei de Responsabilidade Fiscal

Caso a reforma tributária seja aprovada como descrita na PEC 293, o novo presidente terá de atuar no Parlamento pela aprovação da legislação complementar que definirá as alíquotas dos novos impostos. O governo também deverá cuidar da criação e implantação das plataformas eletrônicas para declaração de renda e arrecadação dos novos impostos.


*Com informações da Agência Brasil

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!