De acordo com o último balanço divulgado pelo IBGE , o índice de desemprego caiu para 12,4%, mas ainda afeta 13 milhões de pessoas. Diante desse cenário, Lyana Bittencourt, diretora executiva do Grupo Bittencourt, especializado em desenvolvimento e expansão de redes de franquias e negócios, explica que muita gente tem recorrido às franquias para empreender.
“De certa forma, o índice de desemprego favorece o setor de franquias, uma vez que passa a ser considerado por pessoas que estão começando a ver o empreendedorismo como alternativa”, disse a especialista. Além disso, Bittencourt pontua que o comportamento de procurar franquias para empreender também é explicado pelo fato da categoria já oferecer uma marca e um conceito de negócio pronto, ou seja, com mais chances de dar mais certo.
E isso pode ser observado na última pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Segundo os números, há um movimento de interiorização no setor do País. Para se ter ideia, em unidades, a participação do Sudeste caiu de 57,2% para 55,1% entre 2015 e 2017, enquanto o Norte obteve, no mesmo período, um avanço de 4,1% para 5,1%.
O Nordeste também apresentou uma alta considerável nos dois anos comparados, uma vez que passou de 14,5% para 15,4%, assim como o Centro-Oeste, em que o número de unidades de franquia que subiu de 7,8% para 8% no período.
Franquias para empreender fora do eixo Rio-São Paulo
Lyana Bittencourt aponta que o movimento de desconcentração do Sudeste se deve pelo fato da democratização do sistema de franquias no Brasil, em que mais marcas fora do eixo Rio de Janeiro/São Paulo têm incorporado o sistema para expandir.
“Quando falamos de número de unidades, fica também mais claro o apelo da região para algumas marcas que podem já estar saturadas nos grandes centros sudeste e sul. A estratégia de migrar para outras regiões é inteligente, uma vez que elas estão afoitas por novidades e costumam receber muito bem novas marcas”, detalha.
A especialista também conta que, inclusive, algumas redes de franchising começaram a desenvolver estratégias pensando no ingresso em cidades menores que antes ficavam de fora ou por terem baixa densidade demográfica, ou por não terem potencial para a marca no seu modelo tradicional.
Segundo Lyana Bittencourt, esse é um movimento que deve se manter nos próximos anos no mundo dos negócios. Que tal conferir abaixo seis marcas que atuam fora do eixo Rio-São Paulo para empreender no setor de franquias ?
ArtCoco
A ArtCoco é uma franquia especializada na venda de joias e semijoias da cidade de Ilhéus, na Bahia, fundada pelo artesão João José de Azevedo , mais conhecido como Coco. A marca virou franquia há pouco mais de dois anos por João Leno, filho do fundador, e os sócios Lucas Carvalho e Alex Andrade.
Para abrir uma franquia da ArtCoco é preciso investir inicialmente R$ 140 mil. Atualmente, cada loja tem como expectativa o faturamento de R$ 80 mil por mês. Vale destacar que a rede também opera por meio do e-commerce e possui três unidades próprias e nove franqueadas, totalizando 12 unidades.
Cebrac
O Centro Brasileiro de Cursos (Cebrac) é uma rede de ensinos profissionalizante que oferece capacitação profissional em funções como assistente administrativo, empreendedor completo, atendente de farmácia, mecânica industrial, além de logística e cuidador.
Você viu?
Embora a primeira unidade tenha sido inaugurada no interior de São Paulo, em 1995, hoje, a sede do Cebrac é em Londrina, no Paraná. A rede conta com 150 unidades espalhadas pelo País, com faturamentos que variam entre R$ 170 mil e R$ 250 mil.
Para abrir uma franquia da Cebrac é necessário investir R$ 350 mil.
Ecoville
Fundada em 2007 no município de Joinville, Santa Catarina, a Ecoville fabrica e comercializa produtos de limpeza para casa, carros e empresas. Na lista da rede tem produtos como detergente, alvejante, amaciante e limpa-vidros.
A ideia dos irmãos Leandro e Leonardo Castelo levou o modelo de venda direta de empresas de cosméticos popularmente conhecidas para o segmento de produtos de limpeza. Mas, somente em 2016, a marca entrou no segmento de franchising , com o oferecimento de dois formatos de negócio: loja e unidade móvel. Atualmente, a Ecoville tem 240 unidades em todo o País.
Green Station
A Green Statation é a primeira rede de franquias de salada por quilo do Brasil. Fundada em 2015 pelos amigos de infância Vinicius Loyola e Taiguara Moura, a Green Station já nasceu no município de Vitória, no Espírito Santo, como uma marca de fast-food de salada por quilo.
Para fazer parte da rede hoje composta por 40 unidades no País, é preciso fazer um investimento inicial na franquia de R$ 117 mil. A expectativa de faturamento do negócio é em torno de R$ 70 mil.
OrthoDontic
A franquia de odontologia OrthoDontic surgiu como alternativa para os consultórios tradicionais de ortodontia, com o intuito de também auxiliar na democratização do acesso ao uso de aparelho ortodôntico no Brasil, como explica Fernando Messi, um dos fundadores da marca.
Criada em 2002, em Londrina, no Paraná, a rede tem mais de 200 unidades comercializadas em 17 estados diferentes que faturam em torno de R$ 200 mil. Em 2017, a rede OrthoDontic atingiu um faturamento de R$ 197 milhões.
Para abrir uma franquia da marca é preciso investir R$ 360 mil.
Snack Saudável
A Snack Saudável é uma rede especializada em montar kits saudáveis para crianças nas escolas. A marca oferece suco natural, fruta, hambúrguer orgânico, além de bolo e pão caseiro para os pequenos clientes.
A marca acaba de faturar o seu primeiro milhão e foi idealizada por Larissa Souza do município Ji-Paraná, em Rondônia, e já conta com 47 unidades em operação. Para abrir uma franquia da Snack Saudável é preciso investir R$ 80 mil.
Pronto para empreender? Qual das franquias para empreender você gostou mais?