Nesta sexta-feira (27), o McDonald’s anunciou que vai parar de entregar canudos de plástico aos clientes de forma espontânea. Segundo a empresa, a prática tem o objetivo de reforçar o compromisso da rede de fast-food com a sociedade e o meio ambiente e contribuir para a mudança de cultura da cadeia de suprimentos e do público em geral.
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A implementação da nova prática será feita ao longo do mês de agosto, mas os restaurantes do McDonald’s já começaram a receber orientações agora. O Brasil será o primeiro a deixar de entregar canudos de plástico aos consumidores, mas a política deve se estender a outros países da América Latina e do Caribe nos próximos meses.
Em nota, a Arcos Dorados, maior franquia do McDonald’s no mundo, informou que a decisão de não oferecer canudos proativamente para as bebidas de todos os restaurantes do país apoia “o compromisso do McDonald’s de melhorar de maneira contínua suas embalagens”.
Segundo Paulo Camargo, presidente da divisão Brasil da Arcos Dorados, o objetivo da rede de fast-food é fazer com que 100% das embalagens fornecidas aos consumidores sejam oriundas de fontes renováveis, recicladas ou certificadas até 2025.
A empresa já está testando diferentes soluções em vários de seus mercados, inclusive na América Latina. Recentemente, o McDonald’s se aliou a Starbucks e ao Closed Loop Partners, investidores em bens de consumo sustentáveis, para estimular desenvolvedores a criarem uma alternativa totalmente reciclável aos copos utilizados atualmente.
De acordo com a Arcos Dorados, o McDonald’s começou esse trabalho há alguns anos, incentivando e conscientizando os restaurantes da rede sobre a importância da coleta seletiva e da reciclagem. “Agora, estamos empenhados no desenvolvimento de alternativas para a substituição dos canudos de plástico e buscando parcerias para ampliar a discussão e encontrar soluções em conjunto”, afirmou Leonardo Lima, diretor de desenvolvimento sustentável da empresa.
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Rio, a cidade sem canudos de plástico
No último dia 5, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella , sancionou uma lei que obriga os comerciantes cariocas a usar e oferecer aos consumidores apenas canudos feitos de material ecologicamente correto. O projeto, de autoria do vereador Dr. Jairinho (MDB), sugere multa de R$ 3 mil a quem descumprir a medida; em caso de reincidência, a autuação será de R$ 6 mil.
Segundo o emedebista, a justificativa para a sanção de uma lei como essa é a necessidade de controle da quantidade de canudos plásticos na natureza. Na época, o vereador defendeu que o material é extremamente prejudicial ao meio ambiente e, se descartado incorretamente, pode chegar aos oceanos e até matar animais engasgados ou asfixiados.
Bares, restaurantes e lanchonetes da cidade do Rio começaram a receber notificações da Vigilância Sanitária no último dia 19 sobre o prazo de 60 dias para banir os canudos de plástico. Nesse primeiro momento, os estabelecimentos que estiverem irregulares não serão multados, apenas orientados.
Oficialmente, a lei entrou em vigor na quarta-feira passada, dia 18.
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Outras iniciativas
Na última quinta-feira (26), a Disney anunciou que vai eliminar os canudos de plástico de todos os seus estabelecimentos até a metade do ano que vem. Apenas os parques da Disney Tóquio foram excluídos da decisão.
Com a iniciativa, a empresa espera reduzir de forma substancial os mais de 175 milhões de canudos de plástico utilizados em suas lojas anualmente. À ABC News, Bob Chapek, presidente da Disney Parks, disse que “eliminar os canudos e outros itens plásticos é um passo significativo” para a empresa e ajudará a reduzir o impacto ambiental causado pelos canudinhos.
Antes disso, no dia 9 deste mês, a Starbucks
já havia confirmado que começará a eliminar o uso de canudos de plástico em seus 28 mil restaurantes até 2020. Segundo a empresa, os canudinhos serão substituídos por novas tampas recicláveis e canudos de materiais alternativos.
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A mudança, de acordo com a própria Starbucks, permitirá que mais de 1 bilhão de canudos deixem de ser usados anualmente.
O anúncio foi feito pouco mais de uma semana depois de a cidade de Seattle (EUA), onde a Starbucks está sediada, banir todo e qualquer utensílio de plástico em restaurantes, cafés e lojas de conveniência. Assim como no Rio, o estabelecimento que descumprir a norma será multado em US$ 250 (cerca de R$ 930 pela cotação atual).
No Brasil, a tendência atingiu até mesmo os restaurantes mais premiados e sofisticados do país. Nos estabelecimentos do Grupo Maní, liderado pela chefe Helena Rizzo, o canudo não é oferecido deste março - e, se solicitado, é levada uma versão de plástico oxibiodegradável à mesa do cliente.
Alternativas
Recentemente, um grupo de oito estudantes de um colégio de Estrasburgo, cidade no nordeste da França, propôs uma opção aos canudinhos de plásticos: um canudo feito de amido de milho. Enquanto os tradicionais demoram em torno de 450 anos para se decompor, a invenção dos frances é completamente biodegradável e se desfaz em seis a nove meses.
Chamado de PopStraw (“canudo pop”, em tradução literal), o projeto é ecologicamente correto e tem um preço acessível. Inicialmente, os canudos eram vendidos apenas em Estrasburgo, onde eram entregues de bicicleta, mas agora já estão disponíveis em toda a França.
No país, a campanha para a proibição dos canudos de plástico conta com apoios institucionais de todos os lados. O Ministério do Meio Ambiente e Transição Ecológica, por exemplo, declarou estar disposto a discutir a questão e a Comissão Europeia divulgou uma lista de dez objetos descartáveis que devem ser evitados - dentre eles, o canudinho.
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Opções para substituir os canudos de plástico não faltam. Além das alternativas reutilizáveis, como as feitas de aço inox e bambu, por exemplo, existem também os canudinhos de papel e até de macarrão - que já pode ser encontrado em alguns bares e restaurantes de São Paulo.