O número de vagas de estágio cresceu 13,4% no país, passando de 178.992 no primeiro semestre de 2017 para 203.062 no mesmo período deste ano. É o que mostram os dados divulgados nesta terça-feira (24) pelo CIEE (Centro de Integração Empresa Escola), uma entidade sem fins lucrativos.
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O cenário também é favorável para os aprendizes . Neste nível, o número de vagas aumentou 11,7% entre o primeiro semestre do ano passado e o mesmo período de 2018, quando foram abertas 33.273 e 37.178 postos de trabalho, respectivamente.
No total, o Brasil contabiliza 369.389 estagiários, com taxa de efetivação de 44%, e 114.599 aprendizes contratados. Apesar dos números positivos, cerca de 3 milhões de jovens ainda aguardam uma oportunidade, segundo levantamento do CIEE.
Humberto Casagrande, superintendente da instituição, lembra que o índice de desemprego das pessoas com idade entre 14 e 24 anos é de 27%, de acordo com dados do Ministério do Trabalho. “Não dando chances a esses jovens, eles vão tentar outras saídas”, completa.
Perfil do estagiário
Segundo levantamento da CIEE, a maioria dos estagiários (77,6%) cursa o ensino superior. Os alunos de ensino médio (18,3%), técnico (3,5%) e educação especial (0,6%) aparecem logo em seguida. As mulheres são maioria, respondendo por 65% do total.
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Os cursos de nível superior com maior número de estagiários são, nesta ordem: Direito, Pedagogia, Administração, Ciências Contábeis, Engenharia Civil, Educação Física, Psicologia, Publicidade e Enfermagem. Entre os cursos técnicos, predominam Administração, Enfermagem, Informática e Segurança do Trabalho.
O CIEE verificou, ainda, os valores médios das bolsas-auxílio pagas para estagiários na grande São Paulo. A remuneração varia de R$ 897,60 para o curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos e R$ 1.947 para Engenharia de Produção.
Justificativas
Segundo Casagrande, o crescimento do número de vagas mais juniores não acontece por substituição de profissionais efetivos por estagiários, que recebem bem menos e consequentemente exigem menores encargos trabalhistas. “Essa prática já foi maior no passado”, explica. “Hoje, o nível de denúncia é maior”.
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A CIEE, de acordo com o superintendente, atua para persuadir as empresas a aumentar a contratação de funcionários mais jovens. “Empregar estagiários não é só uma ação social, mas também é um bom negócio”, diz. “Num ambiente de crise, os estagiários e aprendizes são muito mais ativos, gente de muito boa vontade, o que compensa a falta de experiência”, adiciona.
*Com informações da Agência Brasil