O Ministério de Minas e Energia (MME) está estudando a criação de política de amortecimento de preços dos combustíveis para ‘poupar’ o bolso do consumidor brasileiro. Para tanto, técnicos do MME e do Ministério da Fazenda irão discutir alguns pontos possíveis em torno do assunto. Uma reunião já está marcada para esta segunda-feira (4), sendo que o primeiro encontro foi realizado na sexta-feira (1º), com a presença de técnicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP), logo depois de Pedro Parente pedir demissão da Petrobras.
A ideia é criar políticas possíveis para amortecer os preços dos combustíveis derivados do petróleo, como a gasolina, ao consumidor final – principalmente por causa da volatilidade dos preços. Vale lembrar que o acordo firmado entre o governo federal e os caminhoneiros inclui a redução de R$ 0,46 no preço do diesel das bombas. Mas, agora, a intenção é focar nos demais combustíveis.
Para chegar a algumas respostas sobre o tema, alguns especialistas serão convidados para ajudar a construir uma solução que permita tanto a continuidade da prática de preços livres ao produtor e importador quanto o amortecimento dos preços ao consumidor.
“Essa política de proteção terá de preservar a atual prática de preços de mercado para o produtor e o importador, o que é tido pela atual administração como ponto fundamental para a atração dos investimentos para o setor. Traz previsibilidade e segurança”, defende o MME em nota.
Política de preços dos combustíveis na Petrobras
A Petrobras segue uma política de variação do preço dos combustíveis que acompanha a valorização do dólar e o encarecimento do petróleo no mercado internacional desde 2016. A forma de taxar os combustíveis foi alvo de polêmicas durante a greve dos caminhoneiros, mas o governo disse que nem a crise do desabastecimento nem a mudança do CEO da petroleira irá mudar isso.
Em nota, o MME diz que a política de liberdade de preços da Petrobras , assim como das demais empresas de petróleo que atuam no país, "é uma política de governo". “A Petrobras teve e tem total autonomia para definir sua própria política de preços”, destaca.
Nesse sábado (2), o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, negou que isso será alterado. Inclusive, escreveu em sua página oficial no Twitter que a troca de comando na presidência da Petrobras não alterou a política preços da empresa. Segundo o ministro, a estatal continua com liberdade total para aplicar sua política de preços dos combustíveis, que, atualmente, segue os preços internacionais do barril de petróleo.
Como consumidor sente o impacto dos preços
Como é de se imaginar, o consumidor final sente bastante as flutuações nos preços dos combustíveis. Ontem, por exemplo, a Petrobras aumentou em 2,25% o preço da gasolina em suas refinarias. Desse modo, o litro do combustível ficou quatro centavos mais caro, ao passar de R$ 1,9671 para R$ 2,0113, de acordo com a estatal.
Em um mês, o combustível acumula alta de preço de 11,29%, ou seja, de 20 centavos por litro, já que, em 1º de maio, o combustível era negociado nas refinarias a R$ 1,8072. O preço do diesel, que recuou 30 centavos desde o dia 23 de maio, no ápice da greve dos caminhoneiros, será mantido em R$ 2,0316 por 60 dias.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) diz, em nota técnica, que a política de preços resultou, entre o final de abril e maio, em 16 reajustes do preço da gasolina e do diesel nas refinarias. Em média, para o consumidor final, os preços dos combustíveis nas bombas subiram (com os impostos federais e estaduais) de R$ 3,40 para R$ 5, no caso do litro de gasolina (crescimento de 47%), e de R$ 2,89 para R$ 4,00, para o litro do óleo diesel (alta de 38,4%).
*As informações são da Agência Brasil