Após grande valorização em 2016, Bitcoin vive a maior crise de sua história
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Após grande valorização em 2016, Bitcoin vive a maior crise de sua história

Maior criptomoeda do mundo e com valorização relâmpago nos últimos anos, o bitcoin passa por um momento complicado. Na tarde desta sexta-feira (2) a moeda virtual, que chegou a valer US$ 19.551 no dia 17 de dezembro do ano passado, teve queda de 15% e está sendo negociada a US$ 8.280,73.

Essa não é a primeira grande queda do bitcoin após atingir seu valor recorde. No dia 22 de dezembro, menos de uma semana após atingir a maior cotação de sua história,  a criptomoeda registou uma queda de 25% . A especulação e um problema de congestionamento na rede foram os motivos alegados pelos criadores.

Já no dia 16 de janeiro, o bitcoin teve desvalorização de 20% após o governo da Coréia do Sul, que é um dos maiores mercados de moedas virtuais do planeta, cogitar restringir o uso das criptomoedas.

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Após a queda desta sexta-feira, o bitcoin atinge o seu menor valor desde abril de 2013. Outras moedas virtuais como ripple, que teve queda de 32%, ethereum, que teve baixa de 21%, e litecoin, que caiu 4%, também estão sofrendo com o momento do mercado.

Os perigos das criptomoedas

Exaltadas por alguns especialistas, mas criticadas por outros, as criptomoedas passam pelo seu momento mais difícil desde a grande valorização registrada entre os anos de 2016 e 2017. A concorrência entre diversas plataformas de moedas digitais é um dos motivos que explica a queda. Único nome conhecido do segmento no passado, o bitcoin acabou ajudando a alavancar outras moedas com o seu sucesso.

Por conta da enorme valorização no final de 2017, um dos maiores medos dos investidores de moedas virtuais foi confirmado: o grande número de especuladores que fazem esse tipo de investimento. A cotação recorde fez com que muitos aventureiros vendessem seus ativos, jogando o valor das criptomoedas para baixo.

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Apesar de serem cada vez mais aceitas para compras de produtos e serviços, as moedas virtuais enfrentam cada vez mais a resistência de orgãos governamentais, que querem restringir ou taxar o uso das criptomoedas. À exemplo do governo sul-coreano, países como Índia, China, Vietnã, Estados Unidos e até mesmo o Brasil já iniciaram conversas para "regulamentar" moedas como o bitcoin.

Por último, mas não menos importante, o medo de ataques de hackers vem afastando investidores do mercado de criptomoedas. Maior bolsa de moedas digitais do Japão, a Coincheck perdeu US$ 532 milhões em moedas NEM em um ataque no início de fevereiro. O serviço esloveno NiceHash teve cerca de US$ 70 milhões roubados em dezembro do ano passado. 

O que é o bitcoin

Criada em 2009 por um programador identificado como Satoshi Nakamoto, o bitcoin foi consensualmente concebido como uma nova forma de pagamento que não precisa de intermediários. Inicialmente, o bitcoin não era reconhecido como moeda e sim como um  commodity  sendo, portanto, autoregulado por seus investidores.

Uma transação com o bitcoin funciona da seguinte maneira: determinado produto custa R$ 50, então o cliente transfere sem nenhum mediador a nota ao comerciante que a guarda imediatamente no caixa. Já no pagamento via boleto ou cartão (crédito ou débito) existe um mediador, que no caso é o banco, que permite essa transação de recurso. Digamos que o funcionamento da Bitcoin é um misto dos dois meios, uma vez que a transferência é de pessoa para pessoa – ou seja, sem mediador – só que de forma eletrônica, como no exemplo do cartão.

O processo acima citado, P2P (peer-to-peer, em português: ponto a ponto) é o mesmo utilizado pelos aplicativos WhatsApp e Telegran, onde apenas quem tem acesso aos dados é o emissor e o receptor, o que impossibilita qualquer rastreamento. 

Um dos grandes motivos da valorização das criptomoedas nos últimos anos foi a aceitação por grandes empresas, como Google, Microsoft, Steam, Facebook, Craigslist e até mesmo o Burger King e por governos, que começaram a liberar pagamentos em moedas virtuais. O bitcoin foi o pioneiro nesse tipo de serviços. Em países como os Estados Unidos, apps permitem que pessoas paguem até mesmo o alugal através de criptomoedas .

Após a consolidação das criptomoedas como moedas oficiais, elas seguem sendo produzidas de forma independente por milhares de computadores em um processo chamado "mineração" e não são reguladas por um banco central. No entanto, a produção das moedas é controlada por um algorítimo e o número total de de moedas é limitado e não pode ser alterado por seus criadores.


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